A Geração Z (nascidos após 2001) está transformando o mercado de trabalho. Em 2025, segundo uma pesquisa da Zurich, esse grupo deve representar 27% da força de trabalho global e redefinir dinâmicas organizacionais e estratégias de evolução. Sendo assim, os empresários precisam estar atentos ao universo corporativo.
Os desejos dos colaboradores mais jovens
De acordo com relatório da Udemy, ao contrário do estereótipo de desmotivação, 65% desses jovens têm o desenvolvimento profissional como prioridade. Isso reflete um perfil de colaboradores comprometidos com o crescimento e em busca de oportunidades para obter sabedoria e se destacar no mercado.
No Brasil, 79% dos entrevistados utilizariam plataformas de aprendizado baseadas em Inteligência Artificial (IA), mas muitos destacam preocupações com a precisão dos algoritmos (52%) e a dependência excessiva dessas ferramentas (43%). Segundo o vice-presidente da Udemy, Bruno Barreto, os cursos sobre IA generativa já atraíram mais de 4 milhões de matrículas na Udemy em um ano, evidenciando o interesse desse público em dominar tecnologias emergentes. “Para os empregadores, o desafio é integrar a tecnologia de forma ética, confiável e eficaz nos programas de capacitação”.
Embora habilidades técnicas como programação (36%) sejam muito valorizadas, a importância das soft skills, como comunicação (30%) e pensamento crítico (26%) são reconhecidas. Nesse sentido, para 84% dos participantes, as competências interpessoais são essenciais para o sucesso na carreira. Esses dados reforçam a necessidade de investir em treinamentos combinando as duas vertentes.
Conforme o levantamento, 98% dos jovens dedicam pelo menos uma hora por semana para aprender. Dentre eles, 44% preferem cursos on-line completos e 12% optam por atividades práticas no mundo real. Logo, não consomem apenas conteúdos rápidos e superficiais. Para atender a essas demandas, as empresas precisam oferecer experiências educacionais variadas, mesclando flexibilidade, interatividade e relevância prática.
Com a chegada dessas pessoas ao mercado, as companhias têm a chance de repensar suas estratégias de capacitação. “Todas as gerações trazem mudanças significativas para o ambiente laboral, desafiando líderes a reavaliar suas abordagens”, comenta Barreto. Ao adotar soluções inovadoras e personalizadas, além de atrair e reter talentos, também impulsionam o crescimento coletivo e o sucesso do negócio.
Quais competências precisam ser desenvolvidas?
Com o avanço acelerado da tecnologia (deve crescer a uma taxa anual de 27,6% entre 2024 e 2030, de acordo com a Grand View Research), as crianças e adolescentes precisam adquirir habilidades digitais, pois impactarão diretamente em seu futuro. Para além do básico, é possível ir mais longe com aulas de programação e robótica. Essas disciplinas introduzem conceitos e estimulam aspectos como pensamento lógico, raciocínio estratégico e comunicação.
“A rápida expansão do setor de Tecnologia da Informação (TI) está gerando novas profissões e, com elas, uma demanda elevada por especialistas. Quem começar esse caminho mais cedo, terá maior facilidade em navegar no universo digital e se destacar no mercado de trabalho”, explica o CEO e fundador da Ctrl+Play, Henrique Nóbrega.
Tudo isso pode se iniciar em casa, com uma introdução ao mundo virtual. Ensinar sobre segurança e privacidade on-line, incentivar o uso de jogos educativos e explorar aplicativos interativos são formas de despertar o interesse dos jovens pelo universo tecnológico de forma saudável e consciente. “O uso ativo e criativo da Internet pode elevar pontos como lógica, matemática, pensamento crítico e comunicação”, conclui Nóbrega.
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