A relação entre saúde mental e dedicação ao trabalho não é de muito tempo. A síndrome de Burnout foi reconhecida como uma doença ocupacional pela OMS - Organização Mundial de Saúde, apenas em 2022. A partir daí, o desgaste gerado nesse ambiente ganhou outra visão dos especialistas de saúde e líderes organizacionais. Nesse contexto, surgiu um novo termo, o Burnon, também atrelado à falta de equilíbrio entre as atividades profissionais e o cuidado pessoal. Então veja, nesta matéria, o seu significado, os efeitos e maneiras de prevenir.
O que é o Burnon?
Esse conceito foi criado em 2021, pelos psicólogos Timo Schiele e Bert te Wildt, está relacionado a paixão do colaborador pela profissão exercida. De fato, quando gostamos de algo, a nossa dedicação tende a ser maior. Contudo, nesse caso, ela ultrapassa os limites e gera esgotamento físico e mental de uma maneira silenciosa, como aponta a Dra. Simone Nascimento, médica com especialização em saúde mental e bem-estar corporativo.
Qual a diferença entre o Burnon e o Burnout?
De acordo com a especialista, Simone, a distinção está na maneira como eles são identificados pelo indivíduo. "A principal diferença entre eles é a percepção do desgaste. No Burnout, a pessoa eventualmente vê a fadiga e os problemas causados pelo estresse. Enquanto no Burnon há uma negação das complicações, uma perspectiva idealizada e romantizada do trabalho", explica.
Os sintomas para os dois são os mesmos, como o nervosismo, depressão, ansiedade e doenças físicas. No entanto, o primeiro é sinalizado pelas pressões, excesso de demandas, desmotivação e incapacidade. Já o segundo, caracterizado pelo comprometimento excessivo com os afazeres laborais, onde a pessoa não consegue se desconectar dessa rotina, tende a gerar a motivação compulsiva, perfeccionismo e comportamento workaholic.
Como a saúde mental impacta no trabalho?
De acordo com o estudo “People at Work 2023”, do ADP Research Institute, somente no Brasil, 67% dos participantes tiveram o seu trabalho impactado pelo estresse, superando a média global de 65%. Ainda, no mesmo estudo, 31% das pessoas sentiam a saúde mental como um fator negativo para o desempenho profissional.
Nesse cenário, Nayara Teixeira, diretora de Produto e Operações da Mapa, argumenta sobre a conexão entre esses dois âmbitos. “O trabalho exerce uma influência significativa na satisfação dos colaboradores. Por isso, é fundamental as empresas enxergarem a inteligência emocional como uma abordagem preventiva no surgimento de transtornos mentais e para promover bem-estar. Isso inclui a criação de políticas e práticas para valorizar o aspecto emotivo, diagnósticos adequados, bem como a disponibilização de recursos de apoio psicológico e psiquiátrico”, destaca.
O que fazer para evitar o Burnon?
A primeira atitude para evitar o Burnon é o estabelecimento de limites para os afazeres laborais. Dessa forma, ter hobbies, por exemplo, é essencial para ficar fora do trabalho e desconectado. “Quando tentamos fazer tudo o tempo todo, geralmente, nos afastamos das nossas metas, inclusive as de saúde e sucesso. Além disso, cultivar interesses fora do ambiente corporativo e reconhecer a importância do descanso é crucial”, esclarece a Dra. Simone Nascimento.
Em seguida, a especialista também indica a terapia como uma maneira de retomar as prioridades e mudar o pensamento. “É necessário investir em outros pilares da saúde integral, como alimentação, atividade física, sono de qualidade, além de um olhar especial para os relacionamentos interpessoais, base fundamental do cuidado físico e psicológico, e da longevidade”, conclui Simone.
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