No cenário dinâmico e competitivo do mercado de trabalho, a busca por experiência profissional é um constante desafio, principalmente para os educandos dando os primeiros passos na carreira. Nesse contexto, o programa de aprendizagem surge como uma poderosa ferramenta para estimular a empregabilidade e construir uma ponte sólida entre a formação acadêmica e o universo corporativo. Fique por dentro de tudo nesta matéria!
O impacto do fenômeno Nem-nem
Segundo dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), em 2022, uma expressiva parcela da juventude brasileira, composta por 10,9 milhões de indivíduos com idades entre 15 e 29 anos, encontrava-se fora da escola e do mercado de trabalho. Essa realidade não apenas representa um desafio, mas configura-se como uma questão complicada para o desenvolvimento socioeconômico do país.
Fica nítido, portanto, como a existência do fenômeno “nem-nem” não é mera coincidência estatística, mas sim o desdobramento de uma rede de fatores sociais. “A história recente do Brasil, marcada por instabilidades econômicas e desigualdades profundas, criou um terreno fértil para muitos jovens encontrarem-se desvinculados das estruturas educacionais e do mercado de trabalho”, explica Virgilio Marques dos Santos, sócio-fundador da FM2S Educação e Consultoria.
Em 2024, uma pesquisa conduzida pelo Instituto Mobilidade e Desenvolvimento Social (IMDS), e divulgada pelo Estadão, calculou uma possível redução de até 10% no potencial de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) nacional ao longo de 30 anos, devido a esse fenômeno. Inclusive, o levantamento representou uma inovação ao quantificar, pela primeira vez, a magnitude do problema em vigência.
Portanto, as barreiras educacionais emergem como um desafio significativo. Com frequência, o sistema educacional enfrenta dificuldades em manter os alunos e proporcionar uma preparação adequada para a inserção no meio laboral. “Problemas como evasão escolar, ensino de baixa qualidade e falta de alinhamento com as necessidades do mercado são recorrentes e complexos de serem solucionados”, complementa Marques.
A aprendizagem surge como alternativa
Sob o aspecto legal, diversos benefícios são oferecidos ao setor privado com o intuito de promover o aumento da oferta de vagas nessa modalidade para suas equipes. Conforme estipulado pelo Decreto nº 5.598/2005, companhias de qualquer natureza, contendo pelo menos sete empregados, estão obrigadas a contratar de 5% a 15% de aprendizes em seu quadro de funcionários. Entretanto, essa exigência não aplica-se a Microempresas (ME) e Empresas de Pequeno Porte (EPP).
Ainda assim, indo além das vantagens fiscais, o reconhecimento pela promoção da diversidade também assume um papel crucial na credibilidade da organização. “É fundamental o Brasil investir na qualificação e na empregabilidade, oferecendo-lhes educação de qualidade, formação técnica e profissional, orientação vocacional, acesso à cultura, lazer, saúde, cidadania e participação social”, comenta Edilaine Godoi, cofundadora d'A Liga Digital.
Com o término do contrato, pode surgir a possibilidade de efetivar o prestador de serviços, caso o indivíduo tenha se destacado e superado os desafios estipulados. “Essas ações podem contribuir para tornarem-se agentes de transformação, capazes de gerar renda, inovação, sustentabilidade e inclusão”, acrescenta Edilaine.
A educação é a solução!
O formato de atuação, regulamentado pela CLT, busca integrar a experiência obtida em sala de aula com a vivência prática do meio corporativo. Dessa forma, a corporação investe na formação de pessoas frequentemente em situação de vulnerabilidade, não apenas promovendo a formação acadêmica, mas também proporcionando oportunidades a futuros membros valiosos para a entidade.
Por fim, é primordial compreender como essa pauta exige um esforço colaborativo entre as instituições de ensino e as empregadoras. Nessas horas, iniciativas de qualificação, incentivos educacionais e a criação de cargos são elementos essenciais para reverter essa situação.
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