A população feminina é maioria no país, mas esse número quase nunca se reflete no ambiente corporativo, sobretudo em cargos de liderança. Quando se trata, ainda, de segmentos dominados pela força masculina, como no setor do agronegócio ou tecnológico, essa realidade é ainda mais distante.
Esse público enfrenta há séculos barreiras para se adentrar no mundo empresarial e, apesar da sociedade ter evoluído em comparação a anos atrás, ainda existe muito a ser feito para aceitar o potencial e a participação delas nos negócios. Assim sendo, fique ciente dessa trajetória até o sucesso.
Os impactos da agenda ESG
Atualmente, ouve-se muitos debates e discussões apoiando a diversidade e a inclusão. A razão disso? Parte pode vir da expansão de ideias ligadas à ESG. O termo refere-se a uma grande tendência e necessária resposta das organizações frente aos empecilhos da sociedade contemporânea.
A sigla diz respeito à integração da geração de valor econômico aliado à preocupação com as questões ambientais, sociais e de governança corporativa, por parte dos empreendimentos. Na prática, é uma forma de mostrar responsabilidade e comprometimento com a área de atuação, seus consumidores, fornecedores, colaboradores e investidores.
Com a conscientização formada por toda a sociedade e transformações provocadas pela agenda, uma parcela considerável das entidades passaram a considerar a maior inserção das mulheres em seu espaço como imprescindível. “Garantir capacitação e treinamento é a melhor forma de preparar as pessoas para assumirem funções em áreas historicamente dominadas por homens e, principalmente, os cargos de gestão”, explica Antonio Fontes, CEO da VetBR.
Negras e indígenas nesse cenário de avanço
Em 2017, a PretaLab realizou um levantamento o qual ofereceu subsídios para refletir sobre a importância dos estímulos para negras e indígenas ocuparem cada vez mais espaços nas áreas de inovação. O estudo identificou como elas ocupam as posições mais precárias disponíveis para a população ativa no país e lutam por oportunidades onde possam contribuir para seu desenvolvimento e evolução da sociedade. Por outro lado, os profissionais do ramo de tecnologia não conseguem preencher todas as vagas do setor.
Entre os meses de novembro de 2018 e março de 2019, outra pesquisa promovida pela instituição, em parceria com a Thoughtworks, levantou dados sobre o perfil dos especialistas tech no Brasil. Segundo o levantamento, os sujeitos atuantes no campo eram majoritariamente homens, brancos, jovens de classe socioeconômica média e alta começando a sua trajetória nos centros formais de ensino.
A luta até chegar no topo
Já em 2021, na América Latina, menos de 30% dos cargos de liderança são ocupados por elas, segundo o estudo Women in Technology, do PaceGroup e Hub Leaders. Ficou claro, então, como o número relativo a elas, especificamente nas áreas de modernização, continuam em níveis baixos, atingindo apenas entre 21% e 40% do total de cargos na região. Argentina (37%), Chile (35%) e Brasil (25%) são os países com os menores percentuais dessa composição laboral. Segundo a Unesco, há apenas 30% de trabalhadoras fazendo parte da indústria ou área de inovação nos dias de hoje.
Conforme o Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC), após analisar 389 companhias de capital aberto, as personalidades femininas representam 15,2% dos presentes em conselhos e diretorias de estabelecimentos. O número sinaliza um pequeno avanço em relação à participação em 2021 (12,8%) e 2022 (14,3%). “Os desafios são enormes, em especial quando chegamos aos cargos de liderança e precisamos gerenciar homens, principalmente os mais velhos. Esse tipo de situação não se limita apenas aos colaboradores, mas se estende também aos clientes, resistentes em serem atendidos por nós”, afirma Ana Senko, sócia na K33P, Tangotech e Sales Journey.
As pedras no caminho são inúmeras
Em uma carreira tipicamente masculina os empasses começam cedo, ainda durante o período de formação acadêmica. Depois, as dificuldades em processos seletivos começam, sabendo como muitas vagas buscam prioritariamente por perfis ligados a homens. “Toda essa escassez certamente segue atrelada aos principais desafios resistentes ao tempo: machismo, preconceito, desigualdade salarial e, consequentemente, pouca formação de mulheres na área”, comenta Lanna Reis, é diretora de Cultura da Creative Pack.
Contudo, mesmo para quem consegue um emprego, uma atenção especial à vestimenta, provações recorrentes de competência, luta por respeito e igualdade são fatores diários. De acordo com a pesquisa “Os principais desafios de mulheres em tech”, conduzida pela Yoctoo, mais de 78% delas já sofreram preconceito, sendo nas empresas onde mais acontecem (61% dos casos), seguido por 36% no ambiente escolar e 32% em processos seletivos.
Entre as situações mais incômodas estão o manterruping, interrupções frequentes, apontadas por 46% das empregadas; o mansplaining, explicações óbvias, com 35%; e bropriating, quando eles levam créditos por ideias delas, com 33%. O assédio moral é sentido por 21%, mais 19% se queixam de gaslighting, abuso psicológico responsável por fazê-la duvidar do seu próprio senso de percepção e sanidade, chegando a questionar sua capacidade.
O papel das organizações
Com toda a aceleração da transformação digital dos últimos anos, se vê como necessário trabalhar urgentemente a mudança de mentalidade. Nesse sentido, as organizações precisam colocar cada vez mais em prática uma série de estratégias de incentivo à contratação de formandas, seja por meio da educação com capacitações exclusivas; abrindo vagas especialmente para esse grupo; criando comunidades e espaços de acolhimento; ou implementando programas de diversidade.
Logo, é preciso desenvolver uma cultura baseada em entregas. Os objetivos, regras e estratégias devem estar claros para todos, visando promoções justas, permitindo aos melhores chegarem ao topo, independentemente do gênero. Ao enxergar claramente o seu potencial, fica mais fácil se impor e ser respeitada.
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