Prestar o vestibular é uma das ocasiões mais marcantes de nossas vidas. A tarefa é difícil não somente pela dedicação e foco exigidos para se alcançar um bom desempenho, mas também porque envolve pressão emocional e dúvidas sobre a carreira a ser seguida. Essa etapa tem muita relevância, pois é o primeiro passo para se tornar um estagiário e ingressar no mercado.
Na reta final, relaxar é essencial
Com a prova se aproximando, não adianta estudar dia e noite para aprender algo de última hora, afinal o tempo é curto, segundo a psicóloga e coach acadêmica da Fundação Escola de Comércio Álvares Penteado (Fecap), Maria de Lurdes Zamora Damião. “O melhor é investir em seu bem-estar, um sono de qualidade, se alimentar corretamente, fazer atividade física e exercícios de atenção plena (o chamado mindfulness), tendo o objetivo de equilibrar o emocional. Boas leituras sobre assuntos atuais ajudam, mas com leveza. Não é possível, na véspera, estudar todo o volume de temas e disciplinas”, recomenda.
De acordo com a docente, nesse período, muitos estudantes enfrentam o medo do futuro, ou seja, são acometidos pela ansiedade, uma resposta normal do organismo humano a situações de estresse. Ser avaliado nos mobiliza e esses sentimentos podem acionar a busca por preparar-se ou interferir no psicológico e nas atividades realizadas, prejudicando o desempenho.
Se ao longo da trajetória escolar, o aluno investiu em sua capacitação, a proximidade do exame é encarada de modo mais tranquilo, mas às vezes, a mente nos dá uma rasteira. ”Há dois anos, uma candidata da Fecap havia se preparado bem e, simplesmente, experimentou um ‘branco’, como se tudo tivesse sido apagado de sua memória. Se o investimento no aprendizado for menor, a insegurança será maior, mas ainda assim é interessante fazer a prova para ter uma vivência na próxima edição”, relembra Maria de Lurdes.
Para muitos discentes brasileiros, o vestibular de universidades públicas é a única possibilidade de ingressar no ensino superior. Diante disso, como proceder se o resultado não for o esperado? O que fazer com a frustração? "Foi uma espécie de fracasso somente nesse projeto. Não se rotule, sinta a tristeza por um ou dois dias, depois a vida segue e em breve terá outras oportunidades”, aconselha a psicóloga.
O fator emocional é determinante para o bom resultado
Conforme a professora Bárbara Bezerra, do curso de Psicologia do Centro Universitário de João Pessoa - Unipê, é importante prestar atenção quando o corpo pede descanso. “Dedicar momentos para estar junto de familiares e amigos, fazendo atividades prazerosas é fundamental na reta final para a manutenção da saúde psíquica nesta fase”.
A ansiedade do período prévio pode atrapalhar nesse aspecto. No entanto, mesmo sendo difícil, é preciso dormir bem para estar fisicamente e mentalmente preparado para o exame. “Como são muitas horas de avaliação, o repouso é fundamental para o bom rendimento. É o momento de relaxar e apreciar o dia”, argumenta Bárbara.
Ainda, o nervosismo pode atrapalhar o desempenho. “Muitas vezes, essa sensação vem acompanhada de sudorese, taquicardia e tremores. Percebe-se, portanto, os elementos fisiológicos associados. Então, além de perder tempo, pode interferir diretamente nos níveis atencionais”, pontua.
Sendo assim, ao responder às questões, manter a confiança em si mesmo e lembrar da dedicação é crucial. No entanto, se não conseguir, o ideal é fazer a respiração diafragmática. Ademais, a inteligência emocional auxiliará o aspirante a manter a calma, serenidade, foco de atenção e concentração, assim como a organização da gestão do tempo e o planejamento”, destaca a professora. Segundo ela, é interessante buscar as edições anteriores do teste, identificando os assuntos mais recorrentes e entendendo o formato de pontuação. “Essas simulações ajudam a se adequar ao cronômetro e identificar qual a melhor estratégia de execução", indica.
De acordo com a psicóloga Cristiane Santos, tudo isso é normal, mas é preciso ficar ligado em alguns alertas. Por exemplo, respiração ofegante e falta de ar, palpitações e dores no peito, fala acelerada, tremor e vontade de roer as unhas, agitação de pernas e braços, tensão muscular, tontura e sensação de desmaio, enjoo e vômitos.
Para ajudar nessa questão, Cristiane dá algumas dicas:
- Evite estudar horas antes da prova
- Tenha alimentação leve e saudável
- Se distraia na noite anterior, assistindo a filmes e séries com temas descontraídos, tranquilos e engraçados
- Vá para a cama cedo, evitando redes sociais pelo menos uma hora antes de deitar-se
- Conheça o trajeto de casa até o local de prova
Entretanto, apesar de ser interessante sair com antecedência para evitar imprevistos, é preciso encontrar o equilíbrio dessa situação. Afinal, chegar muito cedo e ficar esperando desperta mais ansiedade. Portanto, o ideal é chegar até 30 minutos antes. Outra dica é não ficar conversando sobre isso na véspera. Escute música, assista vídeos para se distrair ou algum outro hobby.
Quando estiver valendo, fique atento aos seguintes pontos, listados pelo coordenador do Curso Anglo, Madson Molina:
Comece olhando o tema da redação: não precisa escrever nada, mas com o passar dos minutos podem surgir ideias ou conceitos válidos para o texto.
Vá direto para o comando e as alternativas na parte de Ciências da Natureza: muitas vezes, a introdução é algo já conhecido. Assim, economiza-se minutos valiosos.
Observe as alternativas com cálculo: “em um problema com conta, as alternativas têm um certo distanciamento matemático. Nesses casos, é possível fazer as contas de maneira aproximada”, indica o coordenador.
Anote no papel a estratégia: “escreva o seu planejamento. Como irá começar, desenvolver e encerrar a participação”. Essa técnica traz mais segurança, para saber exatamente como agir.
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