O famoso termo em inglês faz referência a possibilidade de trabalhar em qualquer lugar do mundo. Nessa categoria, o seu escritório é o globo e você dispensa a necessidade de estar próximo da sede da empresa. Indo além do home office, o funcionário não precisa estar necessariamente em casa para efetuar suas atividades, pois qualquer ambiente com acesso à Internet já é suficiente. Seja qual for a localização em questão, a única preocupação está com o cumprimento de prazos e entrega normal de demandas. De uns tempos para cá, a procura por essa modalidade teve um aumento significativo, haja visto as suas inúmeras vantagens. Sendo assim, compreenda a realidade de quem opera dessa maneira e quais os seus benefícios.
As condições de quem trabalha de qualquer lugar
De acordo com uma pesquisa realizada pelo Google Workspace, em parceria com a consultoria IDC Brasil, 56% das corporações brasileiras adotaram o hibridismo em 2022. Apesar de quase metade ainda não ser adepta a essa alternativa, elas ainda querem em algum futuro breve. Nesse cenário, percebemos como o meio corporativo está em uma drástica transição digital.
A atual conjuntura trabalhista é constituída por uma procura imensa pela flexibilização, levando em consideração as novas possibilidades disponibilizadas pela tecnologia. “Os colaboradores estão optando por instituições fornecedoras de opções de trabalhos flexíveis, anywhere office. Quando isso não é possível, há uma maior taxa de rotatividade e dificuldades de atração, recrutamento e retenção de novos talentos, por exemplo. Sabemos como isso impacta as organizações, mas principalmente as pessoas, almejando ter mais qualidade de vida”, comenta Roberta Vasconcellos, CEO da Woba.
Nesse contexto, notamos a capacidade do ser humano reinventar as dinâmicas do seu dia a dia. Embora manter o contato com os colegas de ofício seja importante, não é necessário realizar isso rotineiramente de forma presencial. Com essa novidade, é viável respirar novos ares e se deslocar para locais renovadores de energias. De fato, essa prática pode potencializar a criatividade e até mesmo o engajamento com a organização.
Os nômades digitais
Segundo o Relatório Global de Tendências Migratórias 2022, publicado pela Fragomen, os denominados nômades digitais englobam mais de 35 milhões de adeptos por todo o planeta. A previsão é de, até 2035, cerca de 1 bilhão de pessoas já estarem adeptas a esse estilo de vida. Logo, percebemos como além do teletrabalho em si, esse modelo tende a se consolidar ainda mais no futuro.
Nesse sentido, é interessante analisar como as profissões relacionadas com o meio digital são as mais privilegiadas com esse modelo, tais como designers, influenciadores, especialistas em marketing e tecnologia da informação. “O perfil médio do nômade digital é o de um homem solteiro, branco, de 33 anos, com pelo menos um diploma universitário, trabalhando com softwares e ganhando US$ 85 mil por ano. Ele fica em média oito meses por ano fora de seu país de origem”, pontua Fernando Guerreiro, diretor de desenvolvimento de negócios da Golden Gate Global.
Conforme a Folha de S. Paulo, entre os meses de janeiro e novembro de 2022, ao menos 300 vistos já foram concedidos para quem migrou para esse formato de atuação, com a liderança de São Paulo, Rio de Janeiro e Santa Catarina no ranking das solicitações. Outro fator responsável por potencializar o nomadismo, é a ascensão da jornada de trabalho de quatro dias. Sob essas condições, os funcionários desfrutam de mais tempo para se deslocarem e aproveitarem diferentes culturas, questão essa extremamente positiva para a saúde mental.
Como se adaptar ao anywhere office?
Nesse exato momento, reta final de 2022, ainda estamos vivenciando os impactos da pandemia ocorrida recentemente em 2020. Desde a crise, o isolamento social foi fundamental para controlar o vírus. Contudo, a necessidade de se adaptar ao serviço remoto transformou completamente as perspectivas existentes sobre o meio laboral. Assim sendo, elencamos cinco dicas de como se adaptar a essa nova realidade na retomada das atividades. Confira!
1. Compreender o momento certo de migrar para o hibridismo: considerando a existência de culturas de funcionamento distintas entre as corporações, é indispensável fazer uma análise cuidadosa de quais os pontos positivos e negativos dessa transição. Saber a hora certa de tomar cada decisão é o principal desafio. Por essa razão, mapear os membros da equipe é crucial para concluir como estão se sentindo e qual a melhor opção para eles. Mediante conversas virtuais e uma pesquisa sobre o clima organizacional, é viável descobrir a preferência de todos.
2. Como optar pelo ambiente certo: antes de querer instaurar uma nova dinâmica, é preciso garantir uma estrutura de qualidade para o staff operar. Tendo como referência dados de um relatório da Microsoft disponibilizado ainda esse ano, o teletrabalho pode causar a sensação de isolamento e culpa. Inclusive, 81% dos funcionários com menos de 35 anos se sentiram assim a longo prazo. Por isso, é essencial oferecer um espaço para todos poderem se encontrar quando necessário.
3. Saber a finalidade do formato adotado: quando o escritório é a residência de cada colaborador, consideráveis custos são diminuídos, seja com serviços gerais, segurança, entre outros. De qualquer forma, quando não se tem a frequência diário ao estabelecimento é possível reduzir gastos e até mesmo atrair os melhores talentos independentemente da localização geográfica. Para chegar a uma conclusão, é relevante dispor de um objetivo.
4. Levar em contas as preferências do time: dados coletados pela Woba demonstra como 70% dos seus clientes priorizam cargos reconhecidos pela flexibilidade da modalidade híbrida. “A busca está no conceito de equilíbrio e do almejado para ter uma relação trabalho e vida positiva, e não negativa. É poder trabalhar perto da escola do seu filho e fazer seu trabalho se enquadrar à sua rotina, e não o contrário”, finaliza Roberta.
5. Adote o remote first: isso significa migrar todos os processos para o virtual. Com isso, as tarefas podem ser realizadas por qualquer um, não importando a localização ou horário. Quando certa parcela estiver no presencial, por exemplo, ainda é possível manter as atividades normalmente com quem está a distância. Seja para resolver problemas em uma chamada de vídeo ou até mesmo assinar algum documento digitalmente.
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