O início e final de ano são momentos, normalmente, de grandiosos gastos financeiros. Datas como a Black Friday, Natal, Reveillon, temporada de férias coletivas, viagens e afins, se tornam tentações para os consumidores. De acordo com a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor, divulgada pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), o orçamento das famílias de menor renda segue apertado, com alto nível de endividamento. Em setembro, este percentual chegou a 79,3%. Para não entrar nesta estatística, confira dicas de especialistas, os quais garantem ser possível fazer um salário render mais, além de analisar as possibilidades de uma carreira no mercado de finanças em 2023.
Possíveis dificuldades na hora de reservar verba
Para ganhar fôlego e não se afundar em dívidas neste período, a palavra de ordem é organização. Se o intuito é o dinheiro render mais no final do mês é preciso tomar as rédeas da situação e planejar o orçamento. Nesse sentido, não extrapolar o limite de gastos é uma escolha esperta. Para evitar entrar em um novo ano no vermelho, a regra número um é ter uma meta. Seja para as compras de presentes ou para as comemorações do ano novo, o ideal é estipular um “teto de gastos” para cada período, lembrando como é essencial sobrar uma reserva para janeiro. Nesta hora, a sugestão é fazer as contas a partir da renda líquida, ou seja, o salário caindo na conta e não aquele registrado na carteira. Outra forma eficaz de fazer ele render mais é saber dizer “não” na hora certa. Se os gastos estão maiores, controlar consumos supérfluos irá impedir problemas com os recursos nos próximos meses. Mesmo sendo difícil resistir às ofertas especiais, é interessante ter em mente ser possível adquirir este mesmo produto/serviço em um outro momento, sem peso na consciência.
“É comum ouvir as pessoas se queixando de nunca sobrar dinheiro no fim do mês. A verdade é, se não existe uma disciplina financeira, isso não irá acontecer, pois somos naturalmente imediatistas e preferimos gastar com coisas nos trazendo uma satisfação instantânea. Por isso, é preciso adquirirmos o hábito de colocar a poupança como prioridade, de forma a ser definido um valor fixo para separar logo no primeiro dia do pagamento”, indica Jéssica Konishi, gerente executiva de marketing estratégico e vendas do Banco Cetelem. “Feito isso, é fundamental se policiar para não mexer no valor guardado sem ser realmente necessário. Nesse sentido, a organização de despesas é fundamental, pois é preciso empenho e até algumas restrições para deixar tudo em ordem. Outra dificuldade é definir objetivos, o ideal é ter um planejamento a longo prazo, com metas bem definidas”, complementa a especialista.
As dificuldades e tentações no meio do caminho
Um dos principais erros de quem sofre com a falta de renda é pensar no cheque especial fazendo parte do orçamento mensal. É preciso ter muito cuidado com isso, pois ele é uma linha de crédito, devendo ser usada apenas em emergências. Caso contrário, os honorários vão ficando cada vez menores. Em determinadas situações, pode ser até mais vantajoso contratar um empréstimo consignado, com taxas mais baixas. Por fim, os especialistas do banco afirmam, ainda, ser necessário manter a cabeça no lugar na hora de utilizar o 13º. Sim, é um orçamento a mais, porém isso não significa ter de ser usado sem qualquer planejamento. Mesmo sendo um período propício para algumas extravagâncias, é possível se organizar e poupar pelo menos uma parte do valor para eventuais contingências.
As oportunidades nesse mercado para 2023
A área financeira está entre os segmentos com melhor remuneração de seus colaboradores e, apesar da demanda, ainda precisa lidar com a escassez de trabalhadores qualificados. De acordo com o Guia Salarial 2023, levantamento realizado pela consultoria Robert Half, 68% dos líderes afirmaram ser um desafio encontrar talentos e 76% deles estão preocupados com a atração de pessoas nas suas firmas.
Para Tiago Feitosa, analista e especialista em mercado financeiro, essa é uma área promissora para aqueles pretendendo se aperfeiçoar e atuar no próximo ano. “O mercado de capitais brasileiro cresceu nos últimos tempos, o número de instituições participantes aumentou e os bancos têm se posicionado por profissionais com uma maior especialização, seja em investimentos, crédito ou seguro”, completa.
Posições em destaque para o próximo ano
Ainda conforme a pesquisa, os segmentos com perspectiva de liderar as contratações no próximo ano serão os fundos de Private Equity, Assets, Bancos de Investimentos, Meios de Pagamento e Fintechs. Entre os cargos com maiores benefícios estão: especialista de ESG (até R$ 15 mil), analista de fusões e aquisições (até R$ 21.600) e gerente de relacionamento private (até R$ 39.600). Por isso, indivíduos certificados terão vantagem na disputa por uma vaga. “As certificações cumprem uma exigência obrigatória e nivelam o conhecimento de quem atua no âmbito”, explica Feitosa. “Ter o título é importante também para o investidor porque, em tese, ser atendido por alguém certificado tende a aumentar a qualidade do atendimento e a transparência em todo o processo”, finaliza o especialista, prevendo muitas oportunidades na área e entregando três dicas de ouro:
1 – Certificações: “esse campo é bem acessível e na maioria das vezes não exige muito conhecimento além das certificações, também atendendo um pré-requisito regulatório. Entretanto, elas não devem ser o único apoio na carreira”, ensina.
2 – Aprendizado contínuo: “para crescer, é crucial dominar habilidades diferenciando dos demais candidatos, ou seja, é necessário estar em constante evolução, buscando a sabedoria prática e profunda da área de atuação”, argumenta.
3 – Inglês e outras habilidades: “inglês fluente é fundamental em todas as vertentes desse segmento e algumas delas também vão requisitar aos funcionários entenderem conceitos de contabilidade, gestão e tecnologia corporativa”, orienta.
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