Sua empresa tem apresentado dificuldades para segurar parte da equipe de profissionais? De acordo com uma pesquisa realizada pelo Núcleo Brasileiro de Estágio (Nube), a qual contou com a participação de 27.827 estudantes, somam 66,26% quem estaria apto a trocar de ocupação, a qualquer momento. Esse cenário preocupa e atinge inúmeras corporações por todo o país. Apesar da dificuldade de reajuste trabalhista, muitos funcionários encontram-se infelizes e, por isso, decidem abandonar seus cargos. Essa premissa prevê cuidado e exige mudanças. Quer descobrir como afastar essa má tendência do cotidiano do seu escritório? Acompanhe a matéria a seguir e confira!
Benefícios pandêmicos ao mundo laboral
Em março de 2020, o mundo mergulhou em um novo capítulo de sua história. Com a insurgência da Covid-19, todos – não somente as empresas – viram-se acuados, na urgência de trancafiar-se em suas casas e tocar a vida a partir disso. Esse fenômeno transformou a esfera das relações humanas. Comunicar-se, seja com um par romântico, chefe ou amigo, nunca foi mais o mesmo. Tecnologias e metodologias alternativas – diretamente do cerne da palavra, pois trataram-se, justamente, de opções para preservar a convivência – desenvolveram-se em volta desse cenário distópico. Dentre uma de suas principais mudanças, destaca-se, no meio laboral, a atuação remota.
Queira ou não, a pandemia impôs como regra uma prática antes questionada e apenas utilizada como exceção pela sociedade. O home office tomou conta de todo o universo ocupacional, pois mostrou-se como único caminho viável para conciliar sobrevivência e negócios. “Nos últimos dois anos, companhias de todo o planeta precisaram repensar seus métodos e acompanhar as decisões aceleradas nos negócios, na inovação e na cultura organizacional. Esse fenômeno criou um novo ecossistema trabalhista, com diferentes visões de estratégia empreendedoras e eficiência operacional, além de uma ampla variedade de soluções tecnológicas para gerenciamento de projetos”, afirma o diretor-geral do Project Management Institute (PMI), Ricardo Triana.
Em meio às incertezas, o modelo de labuta on-line correspondeu a muitos dos desejos aguardados por quem sonhava em cumprir o expediente de casa. Esse item trouxe flexibilidade ao serviço. Ganha-se tempo em deslocamento, custos com o respectivo transporte, comodidade propiciada pelo lar, conforto, entre muitos outros pontos. Essa alteração possibilitou, inclusive, a adoção de uma tendência, com raízes islandesas, de priorizar os resultados ao invés de um cumprimento pragmático da carga horária – sem redução na remuneração. Entretanto, junto às vantagens intrínsecas à jornada a distância, também houveram algumas sequelas.
Más consequências
De acordo com o estudo Megatendências 2022, desenvolvido pelo PMI, a escassez de mão de obra é um dos seis maiores impactos no mercado de trabalho. Apesar de um cenário com alta taxa de desemprego, o número de pedidos de demissão bateu recorde no último ano, no Brasil. Segundo um levantamento realizado pela LCA Consultores, foram cerca de 6,5 milhões de dispensas voluntárias de colaboradores CLT, registradas entre julho de 2021 e a mesma data, em 2022. Uma das origens dessa tendência reside nos desgastes causados pela crise sanitária.
Esses dados são reflexos diretos da pandemia. Eles representam a insatisfação de inúmeros profissionais, os quais se viram obrigados a entrar em cargos quaisquer para sobreviver monetariamente o período endêmico. Dessa forma, não houve um encaixe adequado de boa parte dos trabalhadores com o fit cultural das companhias. Naturalmente, com a atenuação do cenário viral, esses funcionários encontraram brechas para evadir de suas posições. A partir disso, começou uma procura por colocações condizentes a suas qualificações e valores. “Contratar colaboradores com perfil exato para uma determinada vaga torna o processo ainda mais certeiro”, enfatiza a Job Hunter, Maria Emilia Leme.
Outros fatores também dificultam o ambiente de ocupação pandêmico. O teletrabalho, diante das vantagens apontadas, também implicou alguns infortúnios. A partir da estadia integral do indivíduo em sua casa, o ambiente de lazer passou a ser confundido com o de labuta. Logo, trocou-se o lúdico pela monotonia. Ademais, com a delimitação de uma presença virtual, o cidadão ficou disponível em seu “local de expediente” 24 horas por dia, sete dias por semana. Essa jornada de fôlego retirou o equilíbrio do exercício e comprometeu a disposição do homem. A consequência foi a escassez na mão de obra e uma mente cheia de dúvidas sobre como reter quem doa-se para sua entidade.
Soluções para o cenário
Perante um contexto de escassez no mercado, é preciso parar um instante e refletir onde os erros são cometidos. Certas vezes, a culpa pode ser destinada à imposição de um clima organizacional desagradável ou uma gestão omissa, longínqua de seus encarregados. “Falamos de uma verdadeira transformação organizacional, a qual requer habilidades baseadas em projetos para transformar uma ideia em realidade. O gerenciamento de planejamentos é uma poderosa ferramenta capaz de preparar a corporação para as mais diferentes possibilidades, sem perder a motivação das equipes e garantir a retenção de talentos”, aponta Triana. Para guiar-se em direção a esse norte, o Nube separou algumas orientações. Veja duas dicas abaixo:
Alinhe expectativas com o colaborador: no momento quando convida-se alguém a uma entrevista, além de apoiá-lo na preparação, é preciso orientá-lo para maximizar seu diálogo com a companhia. “Dessa forma, será possível entender se a vaga está alinhada ao seu momento de carreira e aos seus valores. O responsável, ao aceitar o desafio proposto, terá mais chances de permanecer na instituição por um tempo maior”, aponta Maria.
Reconheça as contribuições dos funcionários: trata-se de uma via de mão dupla. Um ótimo aspirante precisa de suporte e de boas condições para se manter na ativa. Para tanto, desenvolver projetos relevantes e incentivar o crescimento de carreira são dois atributos insubstituíveis. Desse modo, será possível desenvolver o grupo, entregar produtividade e fomentar a longevidade do trabalho.
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