Nos últimos anos, todas as áreas da sociedade foram impactadas e passaram por profundas transformações. Atualmente, os gestores se esforçam para entender melhor as novidades e aplicá-las no cotidiano de suas empresas. Somado a isso, está o fato dos mais jovens possuírem características bem próprias e distintas dos demais integrantes do mundo corporativo. Sendo assim, veja como conquistar essa parcela da população.
A nova geração no mercado de trabalho
O mercado de trabalho vivencia uma verdadeira invasão dos membros da chamada Geração Z, ou seja, pessoas nascidas após 2001. Segundo um levantamento do Departamento de Censo dos Estados Unidos, as pessoas dessa faixa etária já representam 20% da força de trabalho no país. Diante dessa realidade, as companhias precisam de atenção e disposição para atualizar suas estratégias de atração e retenção de talentos.
O contexto no qual cada indivíduo cresce ajuda a definir os valores, crenças e comportamentos. Contudo, isso não significa uma igualdade entre todos, caso tenham uma realidade similar. Cada um vive, sente e reage de uma maneira diferente às suas experiências. Porém, um perfil geral pode ser traçado.
A professora da pós-graduação em Liderança e Gestão de Pessoas no Centro Universitário Newton Paiva, Fabiana Lana, explica: “é preciso considerar essa garotada chegando com uma relação diferente com o trabalho. São automotivados, autodidatas, impulsivos, imediatistas e capazes de realizar várias ações ao mesmo tempo. A corporação deve investir no potencial dessas pessoas e no desenvolvimento de suas competências por meio de tarefas desafiadoras, treinamentos, mentorias e aprendizagem contínua associada a oportunidades de crescimento".
Essa classe também busca ambientes inovadores, abertos a mudanças e inclusivos, respeitando e acolhendo as diferenças. Além disso, a especialista também chama atenção para a humanização. Segundo ela, as lideranças precisam ter consciência do impacto das emoções no desempenho. Hoje em dia, os jovens consideram isso em suas escolhas profissionais.
As diferenças entre as gerações Y e Z
Muito diferentes um do outro, cada um tem suas peculiaridades e maneiras de pensar. Assim, surgem conflitos em alguns momentos e, em outros, interações. Os também chamados Millennials (nascidos entre 1981 e 2000) cresceram em uma realidade já ditada pela tecnologia, então sabem se virar muito bem. São resilientes, voltados para resultados e possuem espírito empreendedor.
Já os menores de 21 anos, nasceram em um mundo ainda mais digital e imediatista, no qual foram levantadas pautas sociais, étnicas e sobre sustentabilidade. As características não são absolutas, mas todos os estudos mostram a existência de peculiaridades conectando os indivíduos da mesma faixa etária, confirmando alguns padrões de comportamento. Tudo isso se mantém no ambiente de trabalho.
A organização, eventualmente, vai se deparar com diversos grupos ao longo de sua história, seja internamente, com os colaboradores, ou externamente com clientes e fornecedores. A troca entre gerações Z e Y é importante para ambos. O primeiro ajuda a pensar fora da caixa e se adaptar, enquanto os mais velhos ensinam a não desistir e se empoderar. Ou seja, são complementares.
A rede global de agências de publicidade McCann entrevistou 32 mil jovens nascidos depois da mudança do milênio em 26 países dos cinco continentes e divulgou os resultados em "A verdade sobre a geração Z". Alguns dados chamam a atenção. Cerca de 48% de todos os entrevistados disseram não pertencer a um país ou a uma cultura em particular. A maioria (66%) se sente frequentemente sozinho, apesar de estar rodeado de pessoas e, 76% consideram as ligações emocionais mais fracas hoje em dia.
Diversas pesquisas indicam um mix de profissionais mais experientes com os novatos como algo positivo para o crescimento e desenvolvimento dos empreendimentos. Porém, a alta cúpula e RHs têm um papel fundamental nessa equação. Juntos têm a missão de mitigar a tensão geracional nas equipes.
O dever da diretoria é estimular essa troca de conhecimentos, aumentar a inovação, combater o preconceito, promover a comunicação e aprendizado de uns com os outros. Dessa forma, tem espaço para todos e quem souber equilibrar o quadro de funcionários da maneira correta, terá um grande trunfo.
Para a vice-presidente de RH para a América Latina da ADP, Mariane Guerra, o desafio maior é por parte das organizações se adaptarem. “Para começo de conversa, eles nasceram quando já havia telefone celular. O universo deles é conectado. Isso faz parte de sua formação. Eles se relacionam mais facilmente e algumas coisas podem parecer um pouco antiquadas”, analisa.
Alguns jovens começaram a trabalhar ou estagiar e nunca foram ao escritório. Eles não estão familiarizados com as dicas, rituais, símbolos, fluxos espaciais e até mesmo o significado de quem se senta onde. Como se comportar em reuniões, entrevistas ou apresentações para um público mais amplo é um desafio para esse grupo.
Uma pesquisa recente, realizada pela ADP Research Institute, mostrou como esse público está menos disposto às mudanças. Quando observado o impacto da Covid-19 no otimismo dos colaboradores, foi na Geração Z onde o efeito foi mais acentuado, passando de 93% para 83%, contra a variação de 92% para 86% dos demais.
Outro aspecto a ser considerado é o ritmo de tomada de decisões dessa fração. “As tarefas atualmente são bem diferentes em termos cronológicos, como tirar a carteira de motorista ou conseguir seu primeiro emprego. Geralmente tendem a possuir menos responsabilidades fora de casa e, provavelmente, serão menos independentes. Tudo isso foi agravado pela crise sanitária”, afirma Mariane.
No entanto, esse pessoal também tem muito a oferecer. A familiaridade plena com tecnologia é algo a ser valorizado pelas lideranças, como aprendizado autodirigido, colaboração on-line em projetos, exposição a uma variedade maior de pessoas e pensamentos, automodelagem contínua e expressão sem censura de valores pessoais. Ademais, eles podem começar como funcionários, se acostumar com a rotina e a cultura do local para no futuro assumirem cargos maiores na companhia.
Para a especialista, a inclusão passa pela curiosidade sobre realidades diferentes das tradicionais. “Pegamos algumas gírias, assistimos a vídeos do TikTok e estamos dispostos a abrir nossas mentes para a estranheza do desconhecido. Suspendemos nossos estereótipos. Melhor ainda, podemos compartilhar nossos aprendizados. Essa é uma ótima atividade de construção de equipe”, finaliza.
Portanto, esteja preparado para se destacar no mercado e atrair os melhores talentos para o seu negócio. Dessa forma, sua chance de sucesso será muito maior. Para contratar estagiários e aprendizes, entre em contato com o Nube!