Passar por uma avaliação não é um procedimento simples, ainda mais quando ela designa seu destino profissional. No entanto, os processos seletivos são uma etapa fundamental para selecionar um talento compatível com os objetivos da organização. Logo, encará-los é essencial para quem deseja começar uma carreira de sucesso. Porém, dada a importância desse momento, a ansiedade é um sentimento presente em quase todos os candidatos, mas infelizmente ela se manifesta como um obstáculo nessa conquista. Então veja, nesta matéria, como superar essa problemática e chegar em uma posição de aprendiz, estagiário ou efetivo sem medo.
Por que essa etapa manifesta o sentimento de ansiedade nos candidatos?
Recentemente, o próprio Núcleo Brasileiro de Estágios (Nube) fez um levantamento em função de descobrir qual é a maior dificuldade dos aspirantes no instante da seleção. A amostra de 21.468 respondentes não tirou os aspectos emocionais do pódio, 41,26% apontou como maior dificuldade controlar o nervosismo e ansiedade, 26,61% acredita ser a demonstração do quanto são capazes apenas durante a conversa, 18,61% coloca falar sobre os pontos fortes e fracos. Por fim, 8,04% dizem ter tão pouco tempo para falar tudo de si e somente 5,48%, não conseguem demonstrar o interesse pela vaga.
A porcentagem revelada pelo Nube é alta comparada às demais métricas. Dessa forma, a psicóloga Michela Vasconcellos explica o porquê isso é uma barreira tão frequente nos aspirantes. “A ansiedade no processo seletivo ocorre devido ao candidato estar em um ambiente de avaliação. As suas competências, habilidades, formas de se comunicar são testadas e ele precisa passar o melhor impacto em um período curto de tempo. Essa forma prática e lógica de olhar para o estado de agonia é embasada pela psicologia por meio de um medo social: a rejeição. Sendo assim, estamos sempre buscando a aceitação em diversas situações, evitando mostrar as nossas falhas e as imperfeições para então, isso ser possível”, justifica.
Essa sensação é prejudicial para o desenvolvimento no restante do processo
Como dito anteriormente, esse estado de angústia costuma causar um bloqueio para demonstrar o seu verdadeiro potencial. “Isso acaba se tornando uma grande armadilha, a qual o próprio aspirante cria. Dessa forma, o medo de não ter uma boa performance faz ele realmente não conseguir tê-la. Sendo assim, a pessoa não verbaliza de forma coerente as respostas para certas questões. Além disso, demonstra para o entrevistador certa dificuldade em lidar bem com situações ansiogênicas. Por fim, ela não consegue ser criativa nas dinâmicas de grupo ou mostrar a sua capacidade de resolução e vários outros aspectos”, sinaliza Michela.
Afinal, a entrevista é uma etapa tão difícil assim?
Por esse mesmo caminho, outra apuração do agente de integração questionou “qual pergunta é mais difícil de ser respondida em uma entrevista?”, apesar do impasse ser diferente, todas as opções fazem referência a um único pré conhecimento, o seu próprio perfil. Com 44.763 participantes, as respostas foram: para 39,72% “por que a empresa deve contratar você?”, já 31,97% dizem ser “qual seu maior defeito?”, 20,61% tem objeção por “você pode me falar um pouco sobre você?” e, somente, 7,70% colocou “quais seus objetivos de carreira?”. Nesse sentido, Bianca Carvalho, assistente jurídica, aconselha manter uma concepção positiva sobre essa etapa. “O maior passo a dar com relação a isso é pensar nela com uma tranquilidade maior. Isso evita imaginarmos como um bicho de sete cabeças. Essa atitude, com certeza reduz o peso da cobrança a respeito disso”, compartilha.
Contudo, essa parte não é nada além da sua apresentação pessoal, só muda a angulação de acordo com o desenvolvimento da conversa pelo recrutador. Por isso, a especialista, Michela lista passos para lidar com esse processo com mais facilidade:
Prepare-se para a entrevista: essa dica consiste em pesquisar sobre a empresa, refletir acerca de si mesmo, entender quais são suas características positivas e as negativas. Além de obter clareza de quais são as suas habilidades e como elas podem contribuir para a companhia.
Transfira seus pensamentos para o papel: anote as noções fundadoras dessa ansiedade. Caso a resposta da seleção seja negativa, a pior das hipóteses é não ser selecionado para a vaga em questão. A sua vida vai continuar.
Pratique a técnica da respiração: comece a inspirar profundamente, depois largue o ar aos poucos e repita esse procedimento umas quatro vezes. Esse exercício traz mais oxigenação ao cérebro e faz a pessoa colocar o foco no próprio movimento, tirando a concentração do problema. “Acredito como a cada entrevista é possível adquirir novos métodos de fala. A principal questão é: nunca estamos 100% preparados para essa etapa da vida, porém, certamente, em algum momento iremos passar por isso e enfrentá- la com mais naturalidade”, acrescenta Bianca.
A ansiedade também pode atingir as pessoas em seu cotidiano laboral
Esse instante não é exclusivo do processo seletivo. Nesse sentido, é válido entender sua presença em outros momentos e como evitá-la. “A aflição acompanha também os profissionais em seu dia a dia, geralmente em momentos de pressão, acúmulo de demandas e prazos curtos de entrega, até mesmo, para saber de feedbacks sobre o seu desempenho, entre outros. Para reduzi-la, os passos acima também são práticas viáveis. Ou seja, ter clareza quanto às suas competências e contribuição. Além disso, fazer algumas auto- avaliações para entender onde precisa melhorar, mas de forma leve sem autocrítica. Por fim, manter a organização e o planejamento, sem descartar a técnica de respiração para o momentos de maior estresse”, finaliza Michela
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