Cuidar de si nunca foi tão importante desde os impactos da crise sanitária. Tanto para se adaptar a esse período quanto para sair dele, estagiários, aprendizes e efetivos precisaram utilizar diversas alternativas de bem-estar. Nesse sentido, as corporações se tornaram grandes aliadas. Afinal, segundo uma pesquisa realizada pela B2P, entre 2019 e 2020, revelou o quanto os transtornos relacionados à saúde mental foram a segunda principal razão de afastamento do ambiente ocupacional, ficando à frente, até mesmo, da Covid-19. Sendo assim, descubra dicas para melhorar esse aspecto.
A saúde do colaborador também é uma responsabilidade das empresas
Ainda sobre o levantamento, feito com mais de 331 mil funcionários de 18 empreendimentos do Brasil, apontou o crescimento de 23% do índice de retirada por questões emocionais. Os principais relatos trazem a depressão e a ansiedade como causas essenciais. A problemática foi tamanha ao ponto do Burnout ser definido como uma síndrome resultante do estresse crônico no local de trabalho, não gerenciado com sucesso. Essa decisão foi tomada pela OMS (Organização Mundial da Saúde), na qual, a partir de 2022, se tornaria CID 11.
Para o doutor Marcelo Demarzo, médico formado pela Universidade de São Paulo (USP), fundador do Centro Brasileiro de Mindfulness e Promoção da Saúde - mente Aberta e professor da Escola Paulista de Medicina da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), existem três dimensões para caracterizá-lo: “sentimentos de exaustão ou esgotamento de energia, aumento do distanciamento mental das próprias atividades, sentimentos de negativismo ou cinismo, e redução da eficácia profissional”, afirma. Assim, a notícia trouxe um alerta para as companhias redobrarem a atenção com seus cooperadores.
Em 2020, números da Secretaria Especial de Previdência e Trabalho apontaram para um recorde na concessão de auxílio-doença e aposentadoria por invalidez por transtornos mentais e comportamentais. “A pandemia evidenciou um mal contemporâneo bem conhecido: a sobrecarga de trabalhadores, os quais não se sentem recompensados pelo esforço empregado. Cansados e insatisfeitos, ainda lidam com a chamada “síndrome do impostor”, um falso sentimento de inutilidade, não importa quanto se esforcem, serão sempre insuficientemente produtivos”, explica o doutor.
Nesse cenário, o papel das instituições é cuidar de seus recursos humanos, evitando a sobrecarga com excesso de horas extras. Assim como, as lideranças também precisam saber os limites da exigência e da cobrança de seus times. “Além disso, oferecer instrumentos para eles enfrentarem os desafios é uma excelente opção para manter o equilíbrio emocional”, pontua Demarzo. Para ele, os treinamentos de Mindfulness podem ajudar ao aprofundar em práticas laicas de “Compaixão”.
“É possível, por exemplo, preparar equipes para reuniões importantes por meio de alguns exercícios formais de Mindfulness, focando a atenção ao seu estado físico e emocional, além da sua respiração no momento presente. Outras técnicas, chamadas informais, podem ajudar os colaboradores a manterem o equilíbrio e a serenidade para lidar com pessoas ou situações desafiadoras, para saberem ouvir com atenção plena e se expressarem de maneira mais eficaz”, explica o professor da Escola Paulista de Medicina da Unifesp. Essas são apenas algumas das sugestões, mas a atenção pode começar do próprio indivíduo.
Conheça dicas eficazes para cuidar da saúde mental dos colaboradores no trabalho
O autoconhecimento tem sido cada vez mais pautado nos últimos anos, seja no nosso ciclo social, nas redes sociais ou em iniciativas empresariais. Assim, a demanda por programas em prol de um maior cuidado com o empregado se tornou uma necessidade atual no mercado. Segundo um estudo recente feito pela Oracle, apontou: 94% dos agentes brasileiros consideram fundamental para seus contratantes fazerem mais para proteger quem ali atua.
Consoante a Vandson Cunha, sócio e diretor da Bematize, as entidades devem estabelecer boas ações para atender às requisições. “Após dois anos de transição para novas formas de conciliar a vida profissional e pessoal, muitas empresas passaram a priorizar o bem-estar dos colaboradores. Embora apresentem boas práticas ligadas à higidez mental ou criação de campanhas de combate à sobrecarga do trabalho, é preciso institucionalizar uma maior flexibilidade de horários e folgas, proporcionar momentos de conexão, entre outros”, recomenda.
Como forma de ajudar nessa empreitada, o especialista reuniu quatro dicas para agregar na cultura organizacional. Confira:
1) Ofereça benefícios
Uma das formas de motivar é oferecer vantagens flexíveis, ou seja, a autonomia de escolher o seu próprio de acordo com seu momento de vida. Isso se tornou comum durante o isolamento social, vem impulsionando e motivando ainda mais. “Atualmente, diversas companhias oferecem novos benefícios, como auxílio-terapia, assistência para pets, descontos em medicamentos e academias, entre outros, podem ser combinados com os mais tradicionais, como plano de saúde e auxílio-refeição, dependendo da necessidade de cada pessoa”, acrescenta.
2) Apoie os colaboradores
De um lado, salários, proveitos e carreira têm sido pontos-chave. Por outro, fatores nocivos para implicar no bem-estar, como por exemplo desgaste emocional ou distanciamento hierárquico, se tornaram ameaças e podem comprometer. Segundo o especialista, é preciso apoiar campanhas para aprimorar a interação. “Faça eventos para incentivar uma maior conexão entre as pessoas, assim você mantém todos interligados. Deixe recados, envie mensagens e converse com eles. Você saberá quem precisa de apoio psicológico se tiver uma relação eficaz com o seu time”, sugere.
3) Incentive a prática de atividades físicas
As atividades físicas trazem ganhos para o corpo e mente, mas nem sempre todo mundo tem tempo para se dedicar à academia ou fazer uma caminhada. “Há diversos educadores físicos disponibilizando serviços específicos para corporações, como exercícios laborais ou recreativos. Momentos de lazer são essenciais para manter uma boa saúde mental”, comenta.
4) Treine as suas lideranças
Um dos erros mais comuns dos gestores é a falta de treinamento entre lideranças para saber como agir de forma sagaz na crise organizacional. “Esta ação precisa ser realizada periodicamente, pois diariamente existirá a necessidade de atualizar os conhecimentos e integrar novos líderes”, afirma. Ademais, se quer implementar um projeto, é necessário começar das patentes mais altas para integrar pelo exemplo.
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