Cada vez mais o debate sobre diversidade e inclusão ganha espaço na sociedade. Felizmente, no mundo corporativo esse tema avançou bastante nos últimos anos. No entanto, ainda está longe do ideal. Quando o assunto são as pessoas com deficiência (PcDs), é fundamental apoiá-las desde sua formação e proporcionar oportunidades de aprendizagem e estágio para integrá-las ao mercado de trabalho.
As pessoas com deficiência na fase escolar
Durante o ensino remoto, os estudantes com deficiência não receberam apoio constante e tiveram mais dificuldade para retornar à escola em relação aos seus colegas. Isso fica claro na análise da Plano CDE a partir dos dados da pesquisa “Educação não presencial na perspectiva dos estudantes e suas famílias”, realizada pelo Datafolha com pais e responsáveis por crianças e adolescentes da rede pública.
Para o diretor de políticas educacionais na Fundação Lemann, Daniel de Bonis, com a retomada das aulas presenciais, é importante focar em ações para manter os jovens na escola. “Sempre com uma atenção individualizada às necessidades de cada um, principalmente aqueles mais vulneráveis, pois foram atingidos pela pandemia de forma mais cruel”.
Em dezembro de 2021, o receio da desistência estava presente em 28% dos pais desses estudantes com necessidades especiais, contra 19% dos demais. Entre as justificativas, estavam: não conseguirem acompanhar as atividades (31%), terem perdido o interesse pelo estudo (17%), precisarem trabalhar (5%) e não se sentirem acolhidos na escola (25%).
Considerando somente os matriculados em escolas reabertas no fim do ano, entre os PcDs, 21% não estavam frequentando as aulas presenciais. Os principais motivos eram: a criança ou seus familiares fazem parte do grupo de risco (64%) e a falta de profissionais de apoio necessários (20%).
De acordo com a pesquisa, durante todo o período pandêmico, aproximadamente 10% desses adolescentes não tiveram nenhuma aula com recursos de acessibilidade. Além disso, 29% deles raramente ou nunca receberam materiais pedagógicos. A situação foi mais crítica no caso do Atendimento Especializado Educacional no contraturno: 59% dos pais enfrentaram essa situação.
Essa parcela da população sofreu bastante com o ensino on-line e o isolamento social. “Eles enfrentam agora enorme insegurança para voltar ao presencial. Consequentemente, são vistos como o público mais propenso a abandonar os estudos. Temos a responsabilidade de acolhê-los por meio de uma abordagem flexível, pautada por escuta e personalização de estratégias”, comenta o fundador do Instituto Rodrigo Mendes - IRM, Rodrigo Hübner Mendes.
A oferta de apoio psicológico a esses estudantes é superior (44%), quando comparada com os demais (34%). No entanto, a maioria dos pais ou responsáveis por eles (59%) sentem seus filhos despreparados para a retomada. Outros dois fatores se contrapuseram ao otimismo: a dificuldade para manter a rotina de estudos (48%) e o relacionamento com professores e colegas (32%).
Como integrar os PcDs na sua empresa?
Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE, 24% da população brasileira se reconhece como pessoa com deficiência (PcD). De acordo com a Organização Internacional do Trabalho (OIT), 87% das empresas desejam ser reconhecidas como diversas e inclusivas. No entanto, somente 60% conduzem ações ou programas nesse sentido.
Para Amanda Pontes, diretora de cultura da Keeggo, incluir colaboradores vai muito além de contratá-los. É preciso assegurar o acolhimento e deixá-los confortáveis durante a jornada de trabalho para desempenharem melhor seu papel dentro do cenário corporativo. Segundo Amanda, a tecnologia pode ser aliada nesse processo. “Ela é a chave para as instituições se adequarem à cultura da inovação. Tornar o ambiente apto e as equipes preparadas é um dos pontos mais importantes”, afirma.
Sendo assim, a diretora separou três dicas de como as corporações podem usar a modernidade:
Realize um recrutamento inclusivo: a estratégia usada pelo RH também precisa ser inclusiva e os profissionais envolvidos nessa dinâmica devem estar alinhados à cultura organizacional e ao propósito de fomentar a diversidade. Dessa forma, utilizar uma plataforma acessível e um processo seletivo plural, faz toda a diferença.
Democratize o uso de tecnologias: as organizações devem proporcionar a seus times a possibilidade de desempenhar suas atribuições de forma plena, atingindo seu máximo potencial de desenvolvimento. Além de ofertar treinamentos e capacitações necessárias, deve-se prever a adoção de ferramentas com acessibilidade, como leitores de tela, aplicativos para tradução simultânea de conteúdos para a língua brasileira de sinais e softwares de automação por reconhecimento de voz, para pessoas com baixa mobilidade. “Isso é tão relevante quanto preparar a estrutura física de um escritório”, ressalta a especialista.
Mantenha um canal de escuta sigiloso e permanente: quando inseridos na rotina de trabalho, os colaboradores podem se deparar com dificuldades ou desconfortos não previstos no processo de seleção. Nem sempre eles se sentirão seguros para expressar essas sensações. É fundamental oferecer um canal permanente de escuta. “Além de preparar lideranças para o recebimento desse tipo de feedback, pode-se disponibilizar chatbots com garantia de privacidade e sigilo, para o atendimento e registro de reclamações, sugestões e até mesmo denúncias”, sugere.
Portanto, são diversas práticas a serem adotadas para a integração dessas pessoas em nossa sociedade. Como você pôde ver, elas precisam ser aplicadas desde a infância desses indivíduos e serem mantidas durante toda a vida. Dessa forma, nos tornaremos uma população mais forte. Ademais, as companhias formarão equipes com variedade de pensamento, ideias e histórias.
Sendo assim, promova esse hábito em seu negócio e dê oportunidade para os PcDs. Eles buscam por uma chance de mostrar seu potencial, aprender mais no mundo corporativo e ajudar o seu empreendimento. Se você busca por estagiários ou aprendizes para te ajudar nessa missão, fale com o Nube!
Lembre-se: entre os dias 30 de agosto e 1º de setembro, acontecerá a Feira de Estágios Nube 2022. Os temas mais relevantes do momento serão debatidos por executivos de grandes organizações. Logo, você não pode perder essa possibilidade de se manter atualizado sobre as tendências do mercado e fazer um networking. Além disso, várias instituições disponibilizarão vagas exclusivas para os milhares de participantes. Ou seja, é a hora de você fortalecer o seu time. Esperamos por você!