Uma coisa é certa: hoje, o mercado como um todo, está muito mais engajado e comprometido com questões socioambientais. Um levantamento feito pelo Google Trends mostrou como o número de consultas ao termo ESG (Environmental, Social and Governance) dobrou em 2021 se comparado com o ano anterior. O estudo comprova uma realidade: as empresas com propósitos e práticas de gestão sustentáveis atraem mais investimentos e, conforme especialistas, geram a “economia positiva”. Sendo assim, entenda os motivos para investir nessa questão e quais seus benefícios.
Lideranças empresariais ao se comprometerem com o ESG observam um crescimento em todos os aspectos
Em geral, o aumento dessa pauta se deve a uma maior exigência por parte das novas gerações, conscientizadas desde a infância sobre a importância de cuidar do meio ambiente. Além disso, ter uma governança corporativa eficiente e investir em desenvolvimento socioambiental são fundamentais para a competitividade das marcas e sua sobrevivência a longo prazo.
Por esta razão, o ESG é uma das prioridades para as corporações, tendo em vista seus bons resultados financeiros, cada vez mais atrelados à responsabilidade com o planeta e a comunidade. “Estes temas são muito relevantes para o público e essenciais para fortalecer os negócios, levando em consideração os interesses dos clientes, funcionários e a sociedade em geral. Além de influenciarem positivamente a tomada de decisão de investidores”, afirma Eduardo Todeschini, CEO (chief executive officer) da Pryor Global.
Quanto à sua história, o conceito apareceu pela primeira vez no relatório Who Cares Wins - 2005, da UN Global Compact, Federal Department of Foreign Affairs Switzerland e IFC (International Finance Corporation). O documento apresenta os principais critérios para a avaliação de uma instituição ética e sustentável. É vital para as organizações entenderem seu impacto no mundo em função dos recursos utilizados, quanto ao consumo de energia e água, bem como sua emissão de gases poluentes, como carbono.
Para Todeschini, os empreendimentos também devem estar cientes quanto ao seu papel social, motivando os profissionais mais diversos, com igualdade no tratamento, oferecendo benefícios adequados e respeitando os direitos de todos. “Atualmente, é também recomendável se mostrarem solidários e comprometidos com a melhoria de onde afetam, se possível também motivando trabalhos comunitários”, expõe o CEO da Pryor Global.
Contudo, o ESG ainda representa um desafio para os negócios, pois implica em uma mudança de valores e princípios, a fim de produzir efeito para além da entidade. Nesse cenário, todas as áreas corporativas precisam estar envolvidas, em especial as lideranças e recursos humanos (RH), cuja atuação é estratégia para criar ações de alto impacto. “O envolvimento deste último é essencial para melhorar o aspecto social e lidar com casos de discriminação e assédio”, pontua Todeschini.
“Por outro lado, os setores de compras e administrativos são fundamentais na adoção de práticas de otimização de insumos e definição de projetos ambientais a serem executados”, comenta o executivo. Logo, todos os segmentos empresariais possuem uma tarefa para tornar essa métrica mais palpável dentro da companhia. Outro aspecto vital é ter uma cultura organizacional sólida, com a composição de conselhos determinadores.
Além disso, não é necessário dar um grande salto logo de cara, você pode implementar estratégias aos poucos. “Desde atitudes simples, como oferecer copos feitos de material biodegradável, até as mais complexas, como descartar os resíduos produzidos por suas atividades de forma responsável, cada pequeno gesto importa”, salienta Todeschini.
O ESG também está ligado ao alicerce da ética profissional impactando na organização corporativa
Um levantamento realizado pela Anbima, a pedido do Prática ESG, mostrou um crescimento de 74% no número de fundos de ações enquadradas na temática sustentabilidade e de governança, no intervalo de 2008 a março de 2022. Nos últimos anos, a sigla ganhou relevância no Brasil, onde o volume de companhias em busca de se adequar a essas normas teve um salto significativo.
Para Danilo Talanskas, CEO de três multinacionais e professor de pós-graduação, a ética é o princípio formador do alicerce nas três áreas abrangidas pela concepção. “O gestor com ações profundamente comprometidas com atitudes honestas tem, normalmente, uma forte preocupação com o meio ambiente e com o impacto social no sentido de direitos humanos, bem como respeito às leis trabalhistas, diversidade, satisfação do cliente, entre outros”, explica.
Também é vital trabalhar com um processo de administração no qual práticas de anticorrupção sejam parte da rotina, assim como transparência de dados e processos, bem como canais de denúncias de assédio e demais questões. “Isso me faz lembrar do Mito do Anel de Giges, descrito no livro República, de Platão, no qual um pastor torna-se invisível ao colocar o famoso anel. A grande discussão trazida pelo Anel de Giges é até qual ponto a conduta do indivíduo é moral e justa, por ser público, e qual seriam suas ações se absolutamente ninguém visse seus feitos”, exemplifica o executivo.
Além disso, o CEO também ressalta: “toda e qualquer mudança começa sempre com as ações individuais”. Sendo assim, a atitude de cada um vai transformar toda uma companhia na coletividade. “Não há dúvidas: o grande alicerce para este progresso vem de um comportamento ético em todas as frentes de ação de um negócio, guiado pelo exemplo de seus líderes”, conclui Talanskas.
Como implementar melhores práticas de ESG na companhia?
1) Estruture programas e comitês de ação:
Separe pessoas específicas para sempre trazer esses temas à tona. Além do mais, eles serão responsáveis por montar estratégias e, principalmente, desenvolver ações relacionadas à agenda ESG, contribuindo para todos os aspectos serem abordados de maneira efetiva.
2) Envolva toda a empresa:
Todos os colaboradores, de forma geral, precisam estar comprometidos com a causa, tendo em vista a insuficiência de apenas um setor de contribuir com os mais diversos apontamentos dos pilares. Quanto mais campos e níveis hierárquicos estiverem envolvidos, maiores as chances da adoção dessas práticas.
3) Mapeie oportunidades:
Identifique quais são as possibilidades e metas para a sua corporação abraçar a iniciativa. Os comitês ajudam nesse mapeamento e aumentam a riqueza de ideias, além de permitir olhares mais detalhados sobre os desafios e possíveis soluções.
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