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Por que precisamos de uma nova maneira de ensinar? 

Notícia | 08/04/2022

Rodrigo Barreto

A educação pode ser um importante elemento para o desenvolvimento da criatividade na vida acadêmica de diversos alunos ao longo dos anos. No entanto, no Brasil, isso é pouco explorado. Nos últimos anos, executivos da área perceberam a necessidade de uma reformulação e isso é bastante positivo para o mundo corporativo. Afinal, essas novidades refletem em estagiários e aprendizes mais qualificados nas empresas.

O ensino motivador

Um total de 40% dos estudantes brasileiros correm o risco de abandonar os estudos por falta de motivação e acesso ao ensino remoto, segundo dados divulgados pela Fundação Lemann, Itaú Social e BID, em 2021. De acordo com o estudo, as instituições de ensino precisam repensar sua metodologia. Conforme o levantamento intitulado “Perda de Aprendizagem na Pandemia”, realizado pelo Insper e o Instituto Unibanco em 2021, esse fator é fundamental para o desempenho e a ausência do engajamento reflete diretamente no aprendizado.

Para o fundador da Recreio Christian School, Gabriel Frozi, a participação espontânea dos alunos em novos progamas ocorre por conta de um ambiente descontraído, onde as disciplinas vão além do currículo tradicional e permitem uma variedade de atividades extracurriculares. "O modelo tradicional foi desenvolvido em uma época na qual somente os educadores tinham acesso à informação, mas esse cenário mudou drasticamente, principalmente nos últimos 15 anos, com os avanços tecnológicos. A escola do futuro é mais colaborativa, interativa, participativa e influenciada por mídias sociais".

A Recreio Christian School, por exemplo, tem uma equipe especializada em pessoas com TDAH (Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade). O sistema de avaliação prioriza a participação em sala de aula, o comprometimento com os deveres de casa e a atuação em projetos sociais. As provas bimestrais representam apenas 30% da nota geral. "Nos últimos anos, estamos formando atores, atletas, entre outros. É uma escola inteligente e os estudantes produzem em todas as áreas de ensino com o mesmo equilíbrio", explica Frozi.

A criatividade no ambiente acadêmico

A criatividade é uma das soft skills mais valorizadas atualmente pelas corporações. Afinal, ela é fundamental para a solução de problemas, criação de novas possibilidades e elaboração de produtos e serviços. Dessa forma, em um momento de dificuldade, indivíduos com essa competência ganham mais espaço. Nesse sentido, o CEO da Sejunta, Guilherme Camargo, traz alguns pontos para estimular essa habilidade:

Estruturação de projeto: é preciso um projeto pedagógico e tecnológico para o processo de criatividade ser algo cada vez mais natural. Metodologias e planos de ensino devem fazer parte do planejamento como estratégias para essas finalidades. “As atividades precisam despertar esse potencial”, explica Camargo.

Tecnologia como aliada à criatividade para resolução de problemas: a utilização de aparelhos eletrônicos auxilia diversas maneiras. Os aplicativos presentes ajudam a criar e percorrer uma própria trilha de conhecimento, a partir do tema abordado pelo professor. Vídeos, imagens, jogos, programação e criação de conteúdo estão disponíveis na Internet e podem tornar as aulas mais interessantes.

Aplicação desde cedo: isso ajuda no desenvolvimento acadêmico e pessoal dos educandos. A resolução de problemas complexos pode apresentar caminhos inesperados e ideias diversificadas. Essa prática pode ser por meio de brincadeiras ou passeios culturais a museus, parques, bibliotecas, teatros, cinemas e outros locais.

Participação dos educadores: os professores têm um papel crucial no processo. Eles planejam e executam os planos. Por isso, a estruturação é importante. Ademais, esses profissionais têm o poder de influência e inspiração para a turma. Sendo assim, se tornam exemplos para a nova geração.

O Novo Enem e a interdisciplinaridade

Indo ao encontro às demandas da atualidade, o Exame Nacional do Ensino Médio - Enem vai passar por mudanças em sua formatação e elas devem ser implantadas em 2024. Sendo assim, novos aspectos serão levados em consideração, dando relevância também para competências além da teoria.

De acordo com a diretora pedagógica da Escola Teia Multicultural, Georgya Corrêa, ela sempre trabalhou a formação ampla do ser humano, não apenas com foco em provas, vestibulares e demais avaliações. Afinal, elas são necessárias, mas conhecimento vai além disso. “Assim, torna a aprendizagem divertida, significativa e experiencial, utilizando como eixos condutores a arte e o autoconhecimento, possibilitando despertar os talentos”.

Atualmente, o Enem é composto por Ciências Humanas e suas Tecnologias, Ciências da Natureza e suas Tecnologias, Linguagens, Códigos e suas Tecnologias, Matemática e suas Tecnologias e é dividido em dois dias de provas. Todos os participantes respondem às mesmas questões.

Na nova formatação, terão duas etapas, uma a cada dia. A primeira será única e obrigatória para todos, com temas interdisciplinares e redação. Já a segunda parte está diretamente relacionada aos itinerários formativos do Novo Ensino Médio. O candidato escolherá apenas uma das áreas, de acordo com o itinerário realizado, provavelmente por estar mais afinado com suas preferências.

Para Georgya, essas atitudes preparam para a vida adulta. “Isso significa não dividir a sabedoria em caixinhas, porque no cotidiano não acontece desse jeito. A gente entra em contato com uma situação e traz experiências, de vários aspectos vividos e aprendidos, de alguma forma organizados na nossa cabeça, para chegar à resolução ”, explica.

Segundo a especialista, cada ação de transformação acaba tendo um efeito dominó em relação a todas as outras fases educacionais. “Sinaliza um despertar para o entendimento de características distintas. Na redação, é essencial argumentar, ter criticidade e estar por dentro dos acontecimentos do mundo. Ou seja, vai além da ortografia e gramática”. Esses hábitos também são importantes, pois estamos em um momento de transformação em todos os âmbitos da vida e, dessa forma, novas profissões estão surgindo e, consequentemente, outras prioridades.

Ainda de acordo com a diretora, as lideranças do setor devem desenvolver nos discentes sua cognição apoiados pelas inteligências, potencialidades, saúde física e emocional. “Fortalece esse olhar das capacidades específicas de cada um, das curiosidades e o desejo de se aprofundar”, finaliza.

Portanto, os envolvidos nesse campo tão importante da sociedade precisam se atualizar e aplicar os novos métodos nas suas instituições. Dessa forma, teremos os jovens cada vez mais preparados para o mundo corporativo e capazes de propor inovações. Em um país com dificuldades como o nosso, esse pode ser o caminho. Afinal, temos milhões de talentos espalhados em busca de uma oportunidade. Caso você precise de estagiários e aprendizes para te ajudarem nessa tarefa, conte com o Nube!

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