O olhar das empresas para uma cultura com maior diversidade e inclusão (D&I) vem em uma crescente. Com o mercado de ações valorizando cada vez mais quem, verdadeiramente, aposta nessa estratégia de transformação, a tendência é de uma consolidação ampla em todos os setores da economia. Afinal, essa prática deve ser implantada na contratação de funcionários, estagiários e aprendizes. Um time misto tem maior chance de oferecer bons resultados.
Diversidade e inclusão
De acordo com a gerente de learning & development da LHH, Mara Turolla, estamos diante de uma “virada de chave”, na qual não só o mercado de trabalho, mas toda a sociedade está mudando e muito mais atenta a essas questões, historicamente complexas. “É notória a maior preocupação com a equidade de gêneros, raça, etnia, inclusão das pessoas com deficiência (PcDs), dentre outras, por parte dos cidadãos, consumidores, colaboradores das corporações, fornecedores e investidores”, afirma, apontando os dois primeiros tópicos como as maiores preocupações das instituições.
Em um país com população composta por 50% de mulheres e 56% de negros não se justifica tamanha desigualdade no ambiente corporativo e isso vem chamando a atenção das organizações. “Com a necessidade premente de inovação e transformação, um time diverso e legitimamente participativo faz toda a diferença”, comenta Mara.
Para ela, o tema precisa ser discutido de forma permanente até se tornar algo natural. No entanto, ela ressalta: “é explícita a dificuldade dos empresários em lidarem com esse assunto e, muitas vezes, dos próprios integrantes entenderem o contexto atual. É compreensível, pois estamos falando de uma questão cultural e milenar e isso ainda requer muito entendimento, trabalho e atenção”.
Segundo a especialista, quem investe nesse sentido entrega mais valor aos acionistas e se torna mais atrativo tanto para os investidores quanto para os talentos mais qualificados. “De acordo com estudos, equipes diversas e inclusivas geram 6% mais receita, 15% mais conquista de clientes e criam uma participação no mercado significativamente maior”, relata a gerente. Há também muitos relatos de mudanças positivas no clima organizacional, aumentando a produtividade.
Para finalizar, a gestora faz um alerta sobre a importância de o investimento em estratégias e ações de D&I ser contínuo, independentemente de períodos de crise ou instabilidade. “Essa agenda deve estar sempre no radar das instituições e, mesmo diante de adversidades, não devem retroagir. Contudo, no geral, estamos avançando”, conclui.
O cenário atual
A decisão de implantar esses programas deve ser precedida de uma reflexão sobre os objetivos da iniciativa pela alta liderança. Esse é o ponto de partida da jornada rumo a igualdade na visão da sócia-fundadora da Tree Diversidade, Letícia Rodrigues. Para ela, tudo pode começar a partir de um processo de letramento dos executivos sobre questões relevantes.
Segundo Letícia, o projeto deve considerar necessariamente as motivações da corporação, podendo ser uma maior exigência de compliance, a busca por melhorar a imagem junto a stakeholders, a necessidade de iniciar um processo de transição cultural, dentre outras. Independentemente do motivo, sensibilizar o alto escalão é fundamental para o sucesso da iniciativa. “É crucial contar com o apoio financeiro e de interesse, porque essa atividade precisa estar atrelada à estratégia. Depois, deve-se realizar um diagnóstico para entender o momento, mapear gaps e oportunidades e traçar um plano de ação.”
De acordo com a empresária, uma das ferramentas mais utilizadas no diagnóstico é o censo demográfico, importante para entender se a diversidade já existe no local, quais são os grupos não presentes na equipe e traçar metas para mudar o panorama. Tanto os objetivos quanto as ações implementadas devem ser avaliadas periodicamente, no mínimo a cada dois anos, tempo suficiente para ter resultados concretos.
A especialista ressalta ainda a importância de mobilizar os colaboradores por meio de reuniões e comunicados com respaldo na percepção geral. “Uma boa tática para saber se já estamos maduros o suficiente para nos posicionarmos externamente é olhar para dentro, para os frutos já conquistados internamente, evitando assim o diversity washing (discurso apenas no papel, sem atitudes na prática)”, diz.
Um estudo da consultoria McKinsey em 2019 comparou empreendimentos convencionais e organizações lugares com iniciativas já em estágio maduro. No resultado, foi possível perceber um lucro maior para quem se engaja nessa temática. “Organizações com pessoas de diferentes vivências, em posição de contribuir em todos os níveis e com colaboradores se vendo refletidos no ambiente acabam alcançando mais consumidores e constroem boas imagens para suas marcas”, finaliza a executiva.
Sendo assim, aplique esse tipo de medidas em seu negócio e tenha um time mais forte. Dessa forma, você estará crescendo como empresário e cidadão. Caso busque estagiários e aprendizes para te acompanharem nessa caminhada, entre em contato com o Nube!