Reconhecida recentemente pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como uma doença proveniente do trabalho excessivo, o Burnout tem ganhado foco, com o intuito de trazer informações para estudantes, estagiários, aprendizes e CLTs sobre como ter mais atenção no autocuidado, a fim de evitar problemas como esse. Além disso, a medida também propicia mais cautela por parte das corporações, de modo a incentivar mais iniciativas combatentes dessa questão.
As métricas são alarmantes
Segundo pesquisa da International Stress Management Association (Isma), 30% dos mais de 100 milhões de trabalhadores brasileiros sofrem com Burnout. Além disso, conforme a OMS, o Brasil é o país com a maior taxa de pessoas com ansiedade e ocupa o quinto lugar no ranking de depressão. As métricas são alarmantes para essa situação.
Antes, o distúrbio era considerado um problema na saúde mental e um quadro psiquiátrico. Porém, com a alteração na classificação incluindo na CID-11, está oficializada como estresse crônico não administrado com sucesso. Para a advogada Tatiana Weigand, isso demonstra a "explícita relação entre a doença com o ambiente de trabalho”.
Segundo Carine Roos, CEO e fundadora da Newa Consultoria, “essa mudança é importante para as empresas se atentarem aos funcionários e conseguirem perceber, diante dos sintomas, se eles precisam de ajuda. É uma grande vitória para os trabalhadores, pois muitas vezes adoecem por causa disso”, afirma.
Consoante à Tatiana, “na prática, os empregados vítimas de Burnout terão assegurados os mesmos direitos trabalhistas garantidos a quem sofre de acidentes típicos ou questões profissionais equiparadas. Entre eles: abertura de CAT (Comunicação de Acidente de Trabalho), afastamento pelo INSS (após o 15º dia), com recebimento de auxílio-doença acidentário, estabilidade de emprego pelo prazo de 12 meses após alta previdenciária e recebimento dos depósitos de FGTS durante o período egresso”, pontua a pós graduada.
Por outro lado, os próprios cooperadores, a partir da conscientização, poderão exigir adequações na postura do empregador, “buscando o departamento de recursos humanos, canais de comunicação ou compliance para denúncias”, evidencia Tatiana. A ideia é tornar o espaço empresarial mais satisfatório para todos os envolvidos, com iniciativas a fim de evitar obstáculos na produtividade e engajamento do time.
“Portanto, as organizações devem investir em medidas mitigatórias e de prevenção relacionadas à saúde mental de seus colaboradores, por meio de uma ação integrada entre lideranças, departamento de RH e setor de medicina, para desenvolvimento conjunto de programas e políticas”, recomenda a advogada. Tendo isso em vista, separamos algumas indicações de ações organizacionais de prevenção do Burnout:
Ações organizacionais de prevenção do Burnout
- Gerencie a satisfação e a insatisfação das pessoas:
Primeiro, é preciso entender: satisfação e insatisfação não são conceitos lineares e proporcionalmente ligados. É preciso atuar nas duas pontas de forma consciente, pois atitudes incidindo em uma, não necessariamente, influencia a outra.
- Tenha escuta ativa:
Como gestor, é comum existir a crença da necessidade de ter todas as respostas do mundo. Entretanto, ao entender o esgotamento crônico como um fenômeno corporativo, se torna uma tarefa de prevenção compartilhada. Por isso, é essencial conversar com a equipe sobre o tema, fazer perguntas e ouvir atentamente. Assim, será mais fácil tomar medidas realmente assertivas e compreender quais itens devem ser priorizados.
- Desintoxique as estruturas de gestão:
Muitos líderes enfrentam problemas de desempenho e isso se torna uma cadeia, atingindo todos os envolvidos nos processos. Falta de clareza, comunicação inadequada e gestão ineficiente do volume de tarefas não geram apenas esgotamento nas pessoas, mas também impedem qualquer estratégia de ir para frente. A conta é simples: exercer tarefas sem bons resultados, também é escasso de saúde.
Por fim, é vital cuidar de si mesmo, mas também se tornou essencial contar com a organização nesse sentido. Diariamente postamos oportunidades e conteúdos para tornar a governança mais satisfatória para todos. Continue acompanhando nosso blog e conheça nossas redes sociais. Conte sempre conosco!