Recentemente, o Ministério da Educação divulgou os resultados da edição mais recente do Exame Nacional do Ensino Médio - o Enem - realizado por cerca de dois milhões de estudantes brasileiros. A maioria deles têm o objetivo de ingressar no tão sonhado curso universitário. O sonho se relaciona diretamente com os escopos profissionais, afinal, muitos pensam em unir os estudos com o estágio ou aprendizagem. Assim, é indispensável se policiar e ficar atento a alguns preceitos para ter um bom desempenho.
Sentir-se frustrado é comum, mas não deveria ser normal
O sentimento de fracasso perante uma performance abaixo do esperado é normal - afinal, nossa sociedade nos cobra e espera um comportamento competitivo. Além disso, os jovens muitas vezes sofrem pressão (até deles mesmos) para alcançarem ganhos de forma rápida e serem bem-sucedidos.
Essa cobrança e competição excessivas, no entanto, não são saudáveis e devem ser evitadas, pois muitas vezes invalidam o progresso e tudo já conquistado. “O Enem não ‘aprova’ ou ‘reprova’ ninguém, pois não se trata de um vestibular. A pontuação do exame é utilizada pelo Sistema de Seleção Unificada (SiSU), plataforma responsável por substituir vestibulares em todo o país e é a principal forma de ingresso no nível superior gratuito”, explica o professor Ferretto.
Lucas Oliveira cursa farmácia e conta já ter sentido essa tristeza quando não conseguiu ingressar na graduação logo após a realização da prova. “No ano seguinte, tive outra postura e consegui passar. Muito do baixo desempenho vem do nervosismo da gente e eu, nessa segunda vez, consegui me controlar melhor”, conta.
Ferretto ressalta como a nota de corte muda diariamente no período de inscrições do SiSU e pode ser maior ou menor conforme o ano, pois depende do tanto de vagas oferecidas em cada, quantidade de inscritos e modalidade de concorrência. No entanto, mesmo não podendo falar em reprovação, evidentemente ir bem nesse momento é o principal objetivo, até para utilizar os pontos para a entrada na faculdade.
Conquistar uma vaga na universidade não é um caminho fácil. “Muitas vezes, é vital ser resiliente e superar diversos obstáculos. Com foco, perseverança, otimismo e, não menos importante, com boa saúde mental, é possível”, avalia o especialista. Pensando em ajudar quem irá refazer a verificação dos conhecimentos adquiridos no colegial, o mestre listou algumas dicas:
1 - Mantenha a calma, é ok tentar novamente
Essa avaliação ocorre todos os anos, ou seja, está disponível para quando o aluno puder e quiser se candidatar. Há múltiplas variantes externas e internas para se alcançar a entrega almejada. Independentemente de qualquer uma delas, de nenhuma forma vale a pena se “remoer” e ficar preso a esse “fracasso” pontual. “A clássica frase ‘prova não prova nada’ é clichê, mas é real. Naturalmente, às vezes o insucesso acontece, mas isso não pode impedir a concretização dos sonhos. Após o ‘luto’ inicial, não desista. Tente quantas vezes for preciso, pois a aprovação é, sim, alcançável”, recomenda ele.
2 - Analise pontos fortes e fracos
Outra dica interessante é fazer um questionamento do por quê o escopo não foi concretizado neste momento. O que faltou para atingir a meta? Com essa análise, fica mais fácil identificar quais aspectos mudar para a próxima tentativa ficar bem mais fácil. “Vários motivos podem influenciar, desde má administração do tempo durante o teste até dificuldade de raciocínio sob pressão. A autocrítica é necessária em momentos de revés. Ao conhecer os aspectos responsáveis por levar ao erro, o indivíduo terá maior facilidade para combatê-los”, ensina Ferretto.
3 - Avalie seu plano de estudos
Em muitos casos, o problema pode estar no projeto de estudos. Para alguns, dedicar oito horas por dia é suficiente. Para outros, cinco já bastam, caso sejam bem aproveitadas. “Cada pessoa é diferente e possui suas particularidades e características. Por isso, o plano também há de ser individualizado”, orienta o professor.
Perceba quais abordagens funcionam melhor para você. Em qual horário do dia sua atenção é mais efetiva? Quais matérias têm menos absorção? Quais delas fluem com naturalidade para você? “Reconheça seus próprios limites e valorize suas fortalezas”, diz Ferretto.
4 - Abra seu leque de opções
Ter uma meta é importante, mas é bom considerar outras possibilidades. Às vezes a concentração é tanta em cima de um único propósito e isso faz outras opções passarem despercebidas. “Pesquise e se informe sobre diversas instituições e até mesmo tipos de cursos. Novos cenários significam chances diferentes e, principalmente, mais alternativas. Faz parte do senso comum a ideia de como, quando nascemos, somos predestinados a algo e somente àquilo. Contudo, a vida é uma estrada com vários caminhos”, pondera.
5 - Fique atento à sua saúde mental
Não apenas com a finalidade de conquistar uma matrícula no nível superior, manter a saúde mental em dia é sempre essencial. Muitos candidatos enfrentam dificuldades para ter momentos (mesmo se breves) de descanso e lazer, pois a cobrança é constante. “Mantenha em mente como o equilíbrio é a chave de tudo. Se esforçar é tão necessário quanto descansar. A ideia de ‘estude enquanto eles dormem’ não é pertinente. Durma enquanto eles também descansam, pois isso é imprescindível para manter o corpo e o cérebro sãos”.
Por fim, o especialista orienta: “saia com seus amigos, mesmo se esporadicamente, pois é algo necessário. Pratique um exercício físico, assista um filme, relaxe a cabeça, hábitos simples, por poucos minutos, fazem bem e controlam o estresse”, conclui.