O primeiro conteúdo em podcast surgiu em 2004 e desde então sua produção se tornou uma crescente. De acordo com um levantamento realizado pelo Spotify, o Brasil é o segundo mercado mundial em elaboração e consumo desse formato, ficando atrás somente dos Estados Unidos da América.
Tal expansão foi impulsionada pelo isolamento social em 2020, imposto pela crise sanitária. Diante desse cenário, diversos influenciadores e grandes marcas passaram a investir nesse novo canal. Por ser uma febre, a comunicação com o público alvo tem gerado um retorno evidente. Logo, isso demonstra uma tendência global e traz questionamentos: por que não explorar essa ferramenta a seu favor? Como fazer isso?
A expansão no mercado de podcast
Em primeira instância, a ideia dessa configuração tem raízes na década de 1980. Quanto à junção da palavra, pode ser traduzida da seguinte forma: pod - personal on demand (pessoal sob demanda), com broadcast (radiodifusão). No país, o modelo ganhou espaço, principalmente, em 2019, inclusive, sendo destaque em relatórios internacionais, como o State of Podcast Universe, elaborado pela Voxnest, no qual a nação recebeu o título de “País do Podcast”.
Além disso, as métricas demonstram um cenário favorável. Uma pesquisa realizada pela Associação Brasileira de Podcaster (AbPod), em parceria com o Ibope Inteligência, levantou: 50 milhões de brasileiros já escutaram alguma informação assim, número correspondente a cerca de 40% dos 120 milhões de pessoas com acesso à Internet. Como pontua a página Consumidor Moderno, “a título de comparação, essa quantidade é superior à população da Argentina”.
Para Luciana Petersen, jornalista e podcaster do Projeto Redomas e da produção Essa Geração, o consumo é contínuo. “É uma mídia muito valiosa, mais profunda se comparada com o Instagram ou um vídeo no YouTube, por exemplo, porque você consegue criar uma conversa com o seu ouvinte, quem começa a escutar provavelmente vai até o final de estiver interessado”, afirma.
Ainda, uma pesquisa encomendada pela Globo e realizada pela Kantar Ibope, diagnosticou: em 2020, 28 milhões de pessoas consumiram com regularidade, um crescimento de 33% em relação ao ano anterior. Outro dado evidente é o número de produtores de conteúdo. Segundo estudo da AbPod, atualmente, há mais de 2 mil programas ativos no país, consumidos por usuários com a idade média de 28 anos, mais escolarizados e com renda média superior à população.
Para Luciana, a mídia ainda tem muito a difundir. “Nos últimos anos a gente viu a expansão da ‘podosfera’, como costumamos chamar, mas ainda existem muitos assuntos não abordados, muitas vozes para serem ouvidas.”
Por que podcast é uma tendência?
Consoante a Márcio Brant, CEO e fundador da Wepod, graduado em música pela Universidade Federal de Minas Gerais e membro do Latin Grammy Academy, o canal apresenta diversos proveitos. “Além de ter grande poder de influência e impacto sobre a audiência, o podcast é ágil, prático e acessível, por alcançar perfis e uni-los em um só lugar.”
Contudo, é necessário estar atento às referências propagadas. “Engana-se quem pensa na suficiência de ‘apertar o botão rec’ para produzir e distribuir conteúdo nas plataformas de áudio. Para ser efetivo e funcionar exige planejamento, uso de inteligência de dados, estratégias de comunicação, além de responsabilidade, pois a mensagem transmitida pode influenciar e impactar a formação de opinião de quem consome”, alerta Brant.
Dicas e vantagens do podcast
Pensando nos interessados em explorar essa inovação e nas corporações onde ele pode ser um diferencial, a podcaster elencou algumas dicas e vantagens:
- Fale com seu nicho:
“É uma mídia de nicho, onde você conversa com muita gente interessada no seu tema”, comenta Luciana. Ou seja, é importante entender para quem você está falando, nesse processo, estudar a persona é crucial.
- Produção simples:
“O podcast é fácil de produzir, não precisa de muito equipamento. Com um celular na mão e fone de ouvido, você consegue desenvolver e editar pelo próprio aparelho”, explica a jornalista. Logo, não é um investimento de start complicado, você pode começar o primeiro episódio sem muito suporte e ir evoluindo com o tempo.
- Disponibilização acessível:
“É barata de disponibilizar, você consegue fazer isso pela Internet, é fácil de compartilhar”, finaliza. O primeiro passo é publicar e para isso existem inúmeras plataformas.
Enfim, Luciana destaca: “se você tem um conteúdo bom e interessante, consegue atrair muita gente e fidelizar também. As marcas deveriam tanto produzir quanto investir mais, pois é uma mídia com audiência cada vez mais consolidada, porém ainda pouco monetizada. Poucos produtores conseguem sobreviver dessa renda, muitos ainda precisam de patrocínio. Então, se as empresas descobrissem o seu valor, elas só teriam a crescer”, finaliza a podcaster.
Por aqui somos fãs de podcast e reconhecemos a expansão desse canal como algo positivo, pois torna o conhecimento mais acessível. Para você ficar por dentro das novidades e oportunidades, continue acompanhando o nosso blog, diariamente compartilhamos conteúdos exclusivos e contamos com a opinião de diversos especialistas!
Se quer aprender escutando, acesse: TV Nube - você sabe o que é escuta ativa?