Sem dúvida, o foco no colaborador tomou fôlego em função das circunstâncias adversas da pandemia e do distanciamento social. O período trouxe à tona a importância da saúde mental nas empresas, oferecendo condições para o desenvolvimento e o equilíbrio de cada indivíduo no desempenho de sua função e no acolhimento de suas subjetividades.
Solicite as vozes internas
Estamos diante de uma verdadeira oportunidade de mudança de mentalidade no universo corporativo. “Muitas entidades estão trazendo pela primeira vez para o centro do negócio uma real discussão sobre a felicidade. Em meu entendimento, isso só é possível devido à conscientização e à capacitação da alta gestão”, diz a diretora de recursos humanos (RH) do Grupo Odontoprev, Rose Gabay.
Nos últimos anos, para ampliar as discussões sobre o tema e torná-lo essencial aos pilares estratégicos da companhia, foi preciso reunir táticas. “Com isso, vimos aumentar também o sorriso dos nossos times e alcançamos o melhor resultado de nossa pesquisa de clima interno”, explica a dirigente.
Isso mostra, por exemplo, como é fundamental a liderança abraçar a causa do bem-estar e engajamento. Muitas corporações implementaram uma agenda com treinamento e workshops sobre desempenho e performance apoiadas pela neurociência, para a compreensão de questões comportamentais. Tudo isso visando um ambiente favorável para a felicidade.
No entanto, esses tipos de programas são importantes, mas não suficientes. “Empatia, compaixão, diversidade e inclusão são valores a serem trabalhados diariamente pelos ‘cabeças’, como parte da busca de resultados. Afinal, cooperadores felizes entregam mais e por mais tempo”, expõe Rose.
A preocupação no home office
O trabalho remoto foi brutal e caótico para muitos indivíduos e entidades, isso é fato. Contudo, muitas delas infelizmente não fizeram melhorias internas e nem desenvolveram políticas para esse modelo de atuação. “Assim, a pressão por produtividade aumentou devido à falsa ideia de ‘férias’ por estar em casa”, comentou a advogada da Punder Advogados, Patricia Punder.
Qual o resultado de tudo isso? Existiram muitos excessos, assédio moral virtual e até situações de depressão, síndrome do pânico e, sobretudo, burnout. “Chegamos a um momento no qual muitas pessoas estão mental e fisicamente esgotadas”, analisa a especialista.
Segundo estudo da Universidade de Chicago, quem operou remotamente trabalhou 30% a mais quando comparado ao período “normal” - fisicamente nos escritórios. Logo, a pesquisa comprova o quanto a modalidade funciona, mas deve ser regulada para evitar os exageros por parte das contratantes.
Sendo assim, as entidades devem estabelecer metas realistas para retomada como formatos híbridos. “Trata-se de encontrar maneiras de diminuir a distância emocional - chamada pelos cientistas de distância afetiva - entre os funcionários. Alguns serão completamente afastados dos estabelecimentos e outros farão rodízio ou não”, reflete Patricia.
Portanto, a alta direção deve preocupar-se em organizar momentos de conexão humana como reuniões no início da jornada perguntando sobre como foi o final de semana da equipe. “Esses momentos, considerados não produtivos por muita gente, ajudam os grupos a se manterem ligados, a combater o esgotamento e a se dedicarem de maneira eficaz em conjunto quando estão fisicamente separados por um longo período”, finaliza a empresária.
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