Os jogos olímpicos de 2021 foram um marco na história, principalmente por voltar a atenção para pautas importantes, como a participação das mulheres. Essa foi a Olimpíada com maior igualdade de gênero da história, com a presença delas em quase 49% das competições, de acordo com a ONU Mulheres. Passo importante para o sexo feminino, o qual, infelizmente, por muitos anos não viveu essa realidade no mercado de trabalho.
Colocar o assunto em pauta
Inclusive, em 2020, a participação delas no universo corporativo atingiu o pior nível dos últimos 30 anos, de acordo com o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). “Essa desigualdade é estrutural. Até a década de 60, as moças precisavam de autorização dos maridos para poderem trabalhar. Isso porque a construção social de o homem ser o responsável pelo sustento e a esposa pelo cuidado, limita a inserção delas no mercado, seja por falta de oportunidades ou por crenças instaladas”, explica a diretora de operações da TotalPass, Isabelle Araujo.
Esse assunto foi pautado também na Feira de Estágios Nube 2021. No primeiro painel do evento, a superintendente executiva de gente, gestão e experiência do cliente do Banco Digio, Beatriz Nóbrega, levantou a bola e fez um gol afirmando: “o lugar da mulher é onde ela quiser”. No mesmo bate-papo, a head do LinkedIn Brasil em soluções de talentos, Ana Claudia Plihal falou sobre essa perspectiva no mundo corporativo. O conteúdo ficou disponível no site da Feira e vale a pena conferir.
Nesse sentido, está na hora de mudar e, para isso, novas práticas devem ser adotadas pelas corporações. “Tornar o ambiente laboral mais inclusivo é um ponto importante nessa trajetória”, diz a diretora. Segundo a pesquisa “Panorama Mulher” realizada pelo Insper, apenas 26% das posições de diretoria são ocupadas por trabalhadoras, caindo para 13% quando o assunto é a presidência.
De acordo com o levantamento, lideranças femininas aumentam em quatro vezes a possibilidade de ter outra mulher em cargos de conselho e em 2,5 vezes a chance de haver na chefia operacional. “Para essa realidade entrar em prática, os RHs devem estimular a contratação delas e oferecerem possibilidades em todas as posições. Isso deveria entrar para as culturas corporativas”, diz Isabelle.
Reconhecimento delas
O reconhecimento da capacidade desse público não é o único tópico a ser pautado. É preciso haver também a valorização financeira, com equidade salarial na mesma função, independentemente do sexo. Atualmente, o salário delas costuma ser 22,3% menor quando comparado ao dos homens, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Para a líder da Engaje Comunicação no Rio Grande do Sul, Cíntia Miguel Kaefer, mãe de duas meninas, de 2 e 9 anos, 2020 foi o ano da reinvenção. Além de gerir processos com os clientes de uma forma diferente, com mais agendas e reuniões de planejamento, foi preciso reorganizar o espaço da casa, pois a família toda ingressou no home office e no homeschooling. “Mesmo acostumada com a atuação remota, o momento foi desafiador, servindo para adaptar minuciosamente as demandas e também os momentos de desligar de tudo e dar atenção total às crianças”, analisa.
Essa realidade tem relação direta com o relatório da Organização Internacional do Trabalho (OIT), da ONU. Conforme o estudo, a presença delas em direções contribui para o desempenho e lucratividade. Isso porque elas são mais empáticas e flexíveis, bem como, mais persuasivas e dispostas a assumir riscos.
No contexto da pandemia isso ficou mais evidente. “A comunicação recuperou um espaço estratégico com os funcionários, a imprensa e a sociedade de uma forma mais objetiva e transparente. Isso possibilitou a manutenção dos nossos negócios e até um aumento no atendimento no segundo semestre do ano”, enfatiza Cíntia. Portanto, elas têm conquistado cada vez mais espaço e levando sucesso para as companhias.
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