A saúde mental é um tema cada vez mais debatido. Os tempos difíceis vividos por todos nós desde o início de 2020, aumentaram essa necessidade. Em uma pesquisa realizada pelo Data Folha, 66% dos entrevistados disseram ter sofrido de ansiedade nesse período. Dentre os jovens, esse número é de 56%.
Existe uma estimativa de 13 milhões de brasileiros com esse distúrbio e isso pode atrapalhar relacionamentos, desempenho profissional e o bem-estar físico e emocional do indivíduo. Os internautas do nosso país perdem apenas para os estadunidenses na busca pelo termo na Internet, de acordo com pesquisa do Sistema Analítico Bites. A curva começou a crescer com maior velocidade a partir de março de 2015 e se acentuou na pandemia.
Coisas boas da ansiedade
Para a neurocientista e professora do Centro de Ciências Neurais da Universidade de Nova York, Wendy Suzuki, pode ser uma emoção boa. Em vez de lutar contra, ela a utilizou para ser mais produtiva, mais otimista e, no final das contas, mais resistente. Ela se especializou nos efeitos transformadores do exercício físico na saúde mental, no desenvolvimento cognitivo e no estudo da plasticidade do cérebro.
Para ter esse sucesso, Wendy cita algumas práticas e as explica:
Transforme a ansiedade em progresso:
Esse último nos permite ser resilientes em tempos difíceis: aprender a se acalmar, reavaliar situações, reformular nossos pensamentos e tomar decisões mais inteligentes. A tristeza pode afetar seu humor e te desmotivar, mas pode ajudá-lo a mudar suas prioridades e motivá-lo a transformar o ambiente, as circunstâncias e seu comportamento.
O medo pode desencadear memórias de fracassos anteriores. Quando isso acontece, desvia a sua atenção e atrapalha seu desempenho. Porém, também pode torná-lo mais cuidadoso com suas decisões e ajudá-lo a ter reflexões mais profundas e criar oportunidades para trocar de rumo.
A preocupação pode te fazer procrastinar e o impedir de ter seus objetivos alcançados, mas pode ajudá-lo a reavaliar melhor seus planos, ajustar suas expectativas e se tornar mais realista para se concentrar em suas metas. Essas comparações podem parecer simplistas, contudo, apontam para opções poderosas e resultados alcançáveis.
Experimente algo novo:
Atualmente, é muito mais fácil fazer uma aula on-line, praticar um esporte ou participar de um evento virtual. “Não muito tempo atrás, participei de um treino ao vivo no Instagram com a campeã de Wimbledon, Venus Williams e ela usava garrafas como pesos. Nunca fiz algo assim antes. Acabou sendo uma experiência fantástica e memorável”, relata a neurocientista.
Pense em resultados positivos:
No início ou no final de cada dia, pense sobre todas as incertezas atuais em sua vida, incluindo as grandes e as pequenas. Meu filho vai se adaptar bem à nova escola? Vou receber uma resposta positiva após a entrevista de emprego? Agora pegue cada uma dessas situações e imagine o cenário mais otimista possível.
Comunique-se com outras pessoas:
Ser capaz de pedir ajuda, permanecer próximo a amigos e familiares, bem como cultivar relacionamentos de incentivo e apoio é o ideal. Isso não ajuda apenas a manter a ansiedade sob controle, mas também reforça o sentimento de não estar sozinho. Você também tem o poder de se aproximar da companhia de quem pode te ajudar com o autocuidado.
Mergulhe na natureza:
Passar tempo na natureza tem efeitos positivos em nossa saúde mental e a ciência tem mostrado isso repetidamente. Você não precisa morar próximo a uma floresta para esse hábito. Um parque próximo ou qualquer ambiente verde tranquilo onde não haja muitas pessoas funcionará bem.
Respire, relaxe e tome consciência de sons, cheiros e imagens. Use todos os seus sentidos para criar uma maior consciência do mundo natural. Esse exercício aumenta sua capacidade geral de recuperação, pois atua como uma espécie de restauração de energia e equilíbrio.
Portanto, cuide da sua mente, procure ajuda e tente utilizar essa dificuldade para o seu bem. Terapia, exercícios físicos e um hobby são grandes aliados nessa luta. Conte com o Nube!