O Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) é o principal sistema de avaliação do aprendizado no Brasil. Com ele, os estudantes podem ingressar em universidades e conseguir bolsas de estudos. Entretanto, ainda existem desafios, principalmente para quem está em escolas estaduais ou municipais, na hora dos testes em inglês.
Situação não é favorável
Segundo o Ministério da Educação (MEC), 88% dos estudantes estão matriculados na rede pública de ensino. Porém, da classificação das 100 melhores escolas na prova, apenas 9 são públicas e, na maioria das vezes, o sistema de seleção é de escolas técnicas e militares.
No início do ano, a Folha de S. Paulo fez um levantamento das provas de 2010 a 2019 mapeando as alternativas. De acordo com o resultado, 46% dessas questões no idioma estrangeiro prejudicam o desempenho dos alunos de entidades públicas, principalmente devido à complexidade das perguntas.
A análise ainda simulou a retirada das questões da língua inglesa dessas provas. Em média, os aspirantes universitários subiriam 11 mil posições no ranking de notas em 2019. "Os dados levantados apontam o abismo social entre quem é da rede pública e das particulares”, afirma Jefferson Vendrametto, diretor de relações institucionais do Cebrac.
Impacto disso no mercado de trabalho
Como consequência, a vida destes indivíduos também é afetada, afinal, “para conseguir um emprego, é exigido pelo menos o básico de conhecimento do idioma". O Cebrac oferece cursos de inglês focado principalmente em jovens com o desejo de ampliar o estudo além da disciplina aplicada nas salas de aula do ensino fundamental e médio .
Esse tipo de aprendizado pode ser um grande incentivo para quem ainda vai prestar os vestibulares. “São aulas dialogadas de acordo com as fases naturais do aprendizado de um novo dialeto. É preciso falar e ouvir bem para, em seguida, poder realizar a leitura e escrita. Outro importante diferencial são as aulas práticas, nas sexta-feiras, com ênfase em situações do cotidiano, como ir às compras em inglês, estar em um pub com os amigos ou mesmo cozinhar uma receita", diz Sara Castelle, do Cebrac de Petrolina.
Jovens ainda estão longe do ideal quanto a isso
Embora falar a língua originária da Inglaterra seja uma vontade de muitas pessoas por ser a de maior incidência no planeta, ainda há muitos jovens sem domínio. De acordo com uma pesquisa do Nube com 9,2 mil brasileiros entre 15 e 29 anos, 43,8% deles possuem apenas conhecimentos básicos quanto a isso.
Outros 17% dizem não possuir qualquer repertório acerca dessa habilidade e isso pode prejudicá-los na construção de carreira. Guilherme Oliveira, estudante de engenharia, sentiu a necessidade de tratar essa carência como um objetivo para fortalecer o currículo. “Eu comecei a estudar por conta própria em casa e, para mim, deu certo. Hoje estou praticamente fluente”, explica.
História inspiradora
O objetivo dele com isso é conseguir expandir as oportunidades de estágio e, futuramente, trabalho, para as empresas multinacionais. “Não daria para ir para essas companhias apenas com o português”, complementa o universitário.
Para quem precisa de motivação, Oliveira diz: “tem muitos meios de aprender pela Internet e vários deles são gratuitos. Comigo, ajudou muito assistir séries e filmes legendados, ver tradução de músicas internacionais. Cada um pode encontrar seu método”, conclui o estagiário.
Como você faz para expandir seus conhecimentos? Veja 5 dicas para outro idioma.