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Como o psicológico influencia na produtividade 

Notícia | 16/03/2021

Vinícius Lima

Um dos aspectos importantes, se não o mais vital no contexto corporativo, é a produtividade. Afinal, quem não rende durante a rotina, certamente terá problemas para se manter estável em uma colocação. Até porque empresas buscam quem consiga apresentar bons resultados com uma certa constância.

Quando você não esteve presente?

Priscila Yumi Hara é psicóloga da Telavita, clínica de saúde mental on-line e tem experiência no desenvolvimento pessoal e profissional em empresas. Para ela, antes de aprofundar o raciocínio sobre esse tópico, é necessário se questionar e “tentar resgatar em sua memória quantas vezes já teve momentos nos quais sentia o seu corpo presente, mas a mente não”.

Essa distância pode acontecer

Ela explica com maior clareza sobre como é essa sensação. “Com o pensamento distante, sentindo-se ausente e desconectado do momento presente. Como qualquer outra pessoa, você já deve ter se deparado algumas vezes com uma situação similar a essas descritas”, expõe.

Desconexão como presenteísmo

Dentro do ambiente corporativo, esse momento é chamado de “desconexão como presenteísmo”. Em linhas gerais, esse fenômeno ocorre quando um indivíduo se apresenta ao trabalho, mas não consegue desempenhar suas funções por estar com a "cabeça longe", segundo a especialista.

Nesse contexto, a pessoa entra em um “estado no qual encontra-se totalmente absorta emocionalmente, gerando falta de foco, comprometendo diretamente a saúde e a correspondente contribuição com suas atividades”, complementa.

Isso acontece faz tempo

Muito embora o termo seja novo, tal situação ocorre há bastante tempo. “O presenteísmo é abrangente e pode surgir sob diversas formas, como, por exemplo, quando o colaborador faz o expediente mesmo estando doente (seja por questão física ou emocional). Ou ainda quando estende o horário e trabalha mais horas além do necessário”, explica Priscila.

Isso já aconteceu com Felipe Souza, estudante de psicologia, em Campinas. “No final do semestre passado, estava com tantos trabalhos na faculdade e isso acabou me deixando meio ‘anestesiado’ em relação ao estágio”, relata. O resultado? Seu desempenho caiu de maneira significativa no último novembro.

Ele conta como a meditação e auxílio profissional para lidar com a estafa o ajudaram a retomar o ritmo. “Parar por 30 minutos em um dia, respirar fundo e esvaziar a mente já auxiliou bastante e consegui retomar a rotina de uma maneira mais saudável e produtiva”, comenta.

O que pode causar o problema?

São diversos os motivos relacionados a esse fenômeno. “Sendo assim, preocupações rotineiras, medo de perder o emprego, problemas financeiros, complicações de saúde e questões de relacionamento podem construir um contexto prejudicial ao colaborador”, compartilha Priscila.

Impactos negativos de problemas assim

Contudo, também é possível traçar uma relação direta com questões de saúde mental, como transtornos de ansiedade e a própria Síndrome de Burnout. “Para se ter uma ideia, estima-se como, somente nos casos de depressão, 80% das pessoas com o diagnóstico relataram algum nível de comprometimento funcional”, destaca a especialista.

Além disso, de acordo com a psicóloga, esse presenteísmo tem gerado um prejuízo ao Brasil de cerca de US$ 63 bilhões ao ano. “Por isso, quando nos sobrecarregamos ou não estamos bem emocionalmente, não conseguimos atuar com o nosso melhor desempenho”, constata.

Como consequência, é possível perder a criatividade e a agilidade, além de passar por uma paralisação, passando a entrar no "piloto automático". “Isso porque, dessa forma, o esforço torna-se menor e entramos em uma zona de conforto. Porém, nem sempre essa será a forma mais assertiva”, diz.

Então, como reverter este quadro?

Para a especialista, investir na saúde mental, sem dúvidas, é o primeiro - e principal - passo. “De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), para cada dólar aplicado em tratamento para transtornos mentais comuns, há um retorno de US$ 4 em melhoria da qualidade de vida e produtividade”, comenta.

Dessa forma, os cuidados terapêuticos têm sido uma das melhores alternativas para cuidar do bem-estar, trazendo benefícios a longo prazo na satisfação e também no rendimento sustentável das organizações. Aposte nessa ideia!

O que é a síndrome de Burnout?

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