Conquistar a primeira colocação no mercado é um passo importante na vida de todo jovem. Junto às expectativas sobre a entrada no universo corporativo, há também uma mistura de insegurança e incerteza sobre qual o melhor caminho a seguir para conquistar a vaga tão sonhada.
A crise pode ter assustado, mas já vemos sinais de melhoria
Neste ano, especificamente, mais um fator de preocupação foi adicionado. A pandemia de Covid-19 vem provocando uma crise sem precedentes na história recente, resultando em altos índices de desemprego e fechamento de empresas. Porém, já é possível vislumbrar a retomada. Por isso, é importante não desanimar e estar preparado para as oportunidades do mercado de trabalho.
Adaptação é a chave
As estratégias para conquistar a primeira posição precisam de alguma adaptação, mas o otimismo deve ser via de regra, independentemente da vaga. Quem defende isso é Andressa Santos, psicóloga, especialista em recrutamento e aconselhamento profissional e coordenadora do Bolsa de Empregos do Sinthoresp.
Crie um bom currículo
Para a especialista, o primeiro passo é criar um bom currículo. “‘Mesmo sem experiência?’, você deve estar se perguntando. No caso de quem ainda vai entrar no mundo organizacional, mostrar sua formação acadêmica e extracurricular é uma ótima alternativa. Destaque aquilo considerado relevante para a vaga”, orienta.
Mostre suas passagens por cursos de teatro, por exemplo, para demonstrar ao recrutador desenvoltura e habilidade de se comunicar com o público. “Contudo, lembre-se de manter o foco: antes de adicionar uma habilidade ou vivência, pense em como aquilo pode contribuir à oportunidade de seu interesse”, alerta a especialista.
Explicite seus objetivos
É importante ter um objetivo de carreira e mencioná-lo no documento de apresentação, de acordo com Andressa. “Cite a área na qual deseja trabalhar e suas expectativas de aprendizados com ela, tanto profissionais quanto pessoais. Demonstre interesse e capacidade de atender às expectativas da corporação com a sua contratação”, diz.
Mariana Siqueira estuda gestão de RH, em Sorocaba, e diz tentar sempre expor em recrutamentos seus pontos fortes, ser franca quanto aos aspectos de melhoria e o desejo de explorar novos aprendizados. “Como nunca trabalhei, fica difícil me pautar em um perfil experiente. Faço alguns cursos, mas a proatividade, na minha opinião, é o principal a mostrar em uma entrevista”, comenta.
Justamente por isso, ela tenta se preparar sempre quando pode. “Se sou aprovada para a fase de conversar com outras pessoas, tento saber mais sobre a vaga”, compartilha a univeristária.
O recrutador deve compreender como, mesmo sem experiências anteriores, ele pode confiar nas suas capacidades e vontade de aprender coisas novas. “Vale sempre lembrar: atente-se à revisão do CV. Se precisar, peça a ajuda de um amigo ou familiar”, sugere a especialista.
Dicas para entrevistas
É chegada a hora da entrevista. “Por causa da crise sanitária, boa parte das empresas está realizando processos à distância, de modo virtual. Portanto, é imprescindível garantir um bom acesso à Internet, para você conversar sem correr o risco de a conexão falhar. Se, ao ter retorno sobre a vaga, perceber a falta de conhecimento na ferramenta a ser utilizada (Zoom Meeting, Skype, Google Meet, entre outras), teste antes com um amigo e certifique-se de estar familiarizado com o funcionamento dela”, comenta.
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Pode ser sua primeira vez ou não, mas é certo: o nervosismo pode surgir nesse momento. “Procure se manter centrado, tenha sempre seus escopos em mente e fale com segurança – afinal, você merece essa chance. Destaque suas qualificações, como sua resiliência, organização e capacidade de mediar conflitos”, expõe a especialista.
Em perguntas como “como você vê o trabalho em equipe?”, mesmo sem ter essa experiência, é possível relacioná-la com o seu comportamento nas atividades em grupo da escola e trazer isso para o ambiente profissional. “Tudo isso ajudará o recrutador a imaginar seu perfil no contexto organizacional, transmitindo confiança. Por fim, lembre-se de agradecer. Sempre. Isso deixará uma boa impressão e manterá as portas abertas”, continua.
Vale lembrar: estágio não é emprego
Embora muitas pessoas consideram o estágio como emprego, ele não é regido pelas normas trabalhistas, nem registrado na CLT. Isso porque a modalidade tem uma legislação própria, nº 11.788/2008. Nela, são garantidos todos os direitos, benefícios e deveres do estagiário.
Por esse dispositivo é estipulado o limite de carga de seis horas diárias e 30h semanais, bem como o recebimento de uma bolsa-auxílio, auxílio transporte, seguro contra acidentes pessoais e recesso remunerado.
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