As soft skills são habilidades comportamentais diretamente relacionadas à inteligência emocional das pessoas. Essas capacidades são, normalmente, adquiridas por meio das experiências vivenciadas ao longo do tempo e não em livros e cursos, como é o caso das hard skills. A falta dessas características provoca problemas capazes de afetar os resultados dos negócios e, principalmente, a relação entre os indivíduos, causando desgastes e desmotivação.
Um recente levantamento da Robert Half destaca como, na opinião de 56% dos executivos brasileiros, as questões relacionadas às atitudes do indivíduo, como a gestão de seus sentimentos, serão serão cada vez mais demandadas no mundo pós-pandemia. As cinco skills mais apontadas por eles são: pensamento estratégico, comunicação, agilidade, inovação e adaptabilidade.
Explicando o conceito
Esses aspectos relacionados ao modo de pensar e agir são comumente definidos como não técnicos, e permitem uma interação de forma eficaz e harmoniosa com os outros. Eles são vitais para as organizações e podem impactar a cultura, mentalidade, liderança e comportamentos. Essas capacidades se enquadram nas seguintes categorias:
- Comunicação e negociação;
- Habilidades interpessoais e empatia;
- Liderança e gestão;
- Empreendedorismo e tomada de iniciativa;
- Aprendizagem contínua;
- Ensino e treinamento.
Segundo Lucedile Antunes, coach e consultora em gestão organizacional, “quando temos essas características bem desenvolvidas, conseguimos, por exemplo, vender muito melhor as nossas ideias, dialogar com clareza e gerenciar nossas emoções. Também possibilita sermos resilientes ao lidar com problemas, superarmos obstáculos, adaptarmos às mudanças, resistirmos à pressão, trabalharmos em equipe, termos iniciativa e motivação, entre diversas outras questões”.
Lucedile, também coordenadora editorial do livro “Soft Skills - Competências Essenciais para os Novos Tempos”, afirma: esse tópico leva times e gestores a entregarem melhores resultados, “pois o engajamento, algo tão buscado pelas empresas, se torna natural”.
Felipe Marques é um exemplo de quem se preocupa com esse assunto e tenta, no estágio no setor administrativo, em Campinas (SP), aprender, na prática, quais capacidades são valorizadas para seu perfil. “De nada adianta eu ter mil diplomas e não saber como me relacionar, conversar e gerenciar as atividades sob pressão. Então por isso já tenho me atentado para investir mais nisso”, comenta.
Mercado em transformação
Com a tecnologia transformando a forma como os empreendimentos funcionam, as companhias em todo o mundo têm testemunhado uma crise de talentos e uma crescente lacuna de habilidades. Ao selecionar candidatos para funções de alta demanda, o foco tem sido principalmente nos pontos técnicos e essenciais, como análise de dados, inteligência artificial, entre outras, embora pouca importância tenha sido dada às questões pessoais.
Frequentemente esquecido pela maioria das pessoas na força de trabalho de tecnologia, o valor das capacidades sociais e comportamentais aumentou consideravelmente. Um número crescente de instituições está procurando candidatos com esse assunto aprimorado juntamente com conhecimento técnico. Em um relatório da Accenture intitulado "Alimentando a Revolução de Competências da Índia", a maioria dos graduados técnicos não possui as habilidades necessárias.
No entanto, é uma mistura de soft skills e hard skills as quais formam uma combinação extraordinária, criando um profissional talentoso e altamente qualificado. “Os indivíduos devem se concentrar em adicionar comunicação escrita e oral, apresentação, gestão de pessoas e resolução de problemas ao seu currículo para um progresso mais rápido na carreira", afirma Lucedile.