Embora as mulheres representem 52% da população brasileira, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), menos de 38% delas estão no comando de empresas do setor público e privado. Além disso, segundo a Organização Internacional do Trabalho (OIT), o mercado ainda é muito desigual entre os gêneros. Em pleno século XXI, elas ganham em média, 17% menos e sofrem com a falta de oportunidades. No entanto, o empreendedorismo surge como um alternativa para modificar esse cenário.
Apesar dos desafios e da desvalorização, a prática já é impulsionada. São mais de nove milhões de representantes à frente do próprio negócio. De acordo com o Sebrae, entre os setores mais procurados estão o de beleza, alimentação e vestuário. Segundo o Instituto Embelleze, maior rede de franquias da América Latina voltada para a formação profissional em beleza, muitas chegam às escolas da rede com o sonho de tocar o negócio próprio para conquistar a independência financeira.
Foi o caso da Erenilda Ludtke, 36 anos, após se sentir desvalorizada em seu antigo trabalho, resolveu apostar no setor e abrir o próprio negócio. "Eu atuava como vendedora em uma concessionária de automóveis e sempre havia clientes os quais não queriam ser atendidos por mulheres. Foi quando fiz o curso de cabeleireira e abri um salão. Me identifiquei de imediato com a área e logo no começo já estava conseguindo atender as minhas clientes, obtendo um rápido retorno financeiro. Por me sentir tão valorizada, consigo evoluir muito mais em minha profissão e em minha vida pessoal", revela.
Outro exemplo é o da Ana Paula, de 31 anos. Trabalhando na linha de produção de uma gráfica, tinha um salário bem menor quando comparado a seus parceiros homens exercendo a mesma função. "Eu decidi fazer o curso de manicure após ficar desempregada e estar insatisfeita com a minha antiga área de atuação. No setor de beleza obtive mais benefícios, como conseguir montar o meu próprio negócio, ter horário flexível e me sentir valorizada. Além disso, o retorno financeiro é muito bom, considero esse setor como um dos mais lucrativos", relata.
Para incentivar o empreendedorismo feminino, Luzia Costa, CEO da Sóbrancelhas, destaca algumas das principais orientações para o sucesso.
Desafios
No entanto, apesar dos benefícios de gerir a própria carreira, existem desafios a serem superados. “Em primeiro lugar saiba: é um caminho cheio de obstáculos. Muitos possuem a perspectiva de ser algo fácil, mas a realidade é outra. Você chega ao seu limite muitas vezes, mas não pode desistir do seu sonho. Você precisa se comprometer até o fim. Trata-se de você superar seus medos e tomar iniciativas", comenta Luzia.
Seja consciente
De acordo com Luzia, não adianta viver em um mundo de “fantasias.” É preciso estar consciente de quais caminhos trilhar e buscar conhecimento e informação. “Tem ideias, sonhos infrutíferos e você precisará reformular”, aconselha.
Se dedique
“Ser dono do seu próprio negócio não é algo mais tranquilo no seu dia a dia e carente de dedicação. Você precisará estar focado a ele todo o momento. O sucesso do seu empreendimento depende de seu próprio empenho”, sugere.
Portanto, se deseja mais orientações para começar seu próprio negócio e construir novas trajetórias no mercado de trabalho, acompanhe os conteúdos do Nube. Leia também a matéria “Empreendedorismo feminino: inspirações e dicas”.