A necessidade de ingressar com certa urgência em um mundo digital com o qual não estavam familiarizados fez professores buscarem o caminho da criatividade para dar conta do recado. Muitos deles, conseguiram levar para o ambiente virtual todas as demais atividades da escola, ampliando o aprendizado dos alunos e oferecendo uma formação além do conteúdo programático regular.
Os docentes das Escolas Técnicas (Etecs) e das Faculdades de Tecnologia (Fatecs) estaduais também viveram essa experiência. Cada um tentou se adaptar e encontrar seus próprios recursos. “Um dos segredos para vencer o medo e a angústia diante do computador é desmistificar o processo. Não precisa aprender a usar todas as funcionalidades. Comece pelas mais amigáveis, veja quais dão certo para a sua aula e avance passo a passo”, ensina Franklin Portela Correia, professor das Fatecs Carapicuíba e Ipiranga.
Pensando nesse cenário, especialistas sugerem algumas orientações para otimizar o ensino a distância.
Pratique
João Mariellaro, coordenador do curso de graduação tecnológica de logística, se preocupava com o fato da maioria dos educadores não terem contato usual com conhecimentos tecnológicos. Portanto, criou a plataforma “Oficinas de Autocorreção”, capaz de agilizar o trabalho de avaliação e controlar a frequência em sala de aula. Assim, exemplifica a importância de praticar o uso de novas ferramentas. “Aos mais receosos, eu dizia: é igual quando você compra um celular novo. Tudo parece difícil, mas conforme vai mexendo, uma hora está dominando as funções”, comenta.
Otimizar o tempo
A professora Juliana Ribeiro logo de início percebeu a necessidade de replanejar os conteúdos para o formato digital. “Uma das coisas mais importantes notadas foi a exigência de reduzir a duração da parte expositiva da matéria. O aluno não aguenta ficar tanto tempo sentado na frente do computador, sem os amigos e muitos em situações adversas em suas casas”, ressalta Juliana.
A solução encontrada por ela foi: em duas horas, fala por até 30 minutos. Depois abre para debate e discussão sobre o tema entre a classe e em seguida, passa a tarefa semanal. “Não dou atividades para depois da aula. Todos estão com as vidas muito impactadas, têm muitas coisas para fazer no lar. Nós, precisamos facilitar, para manter a motivação dos alunos com o curso" alerta.
Um assunto por vez
O professor de cálculo financeiro e contabilidade, Marcos Ribeiro, já trabalha há algum tempo com gravações e lives para as instituições de ensino. Por isso, adotou na modalidade remota, alguns recursos como formulários para exercícios, lista de transmissão do Whatsapp entre outros. A partir de toda a sua experiência, Ribeiro orienta aos demais de profissão: “façam aulas focadas, abordando um tópico por vez. Não preparem uma apresentação agrupando vários assuntos, pois existe o risco do aluno dispersar a atenção. Se você vai exibir um vídeo, por exemplo, procure selecionar algo curto, objetivo e diretamente relacionado com o objeto de estudo”, enfatiza.
A prática também foi adotada por Luciana Domingues, coordenadora pedagógica. Por meio de vídeos de três a quatro minutos, a professora facilita a compreensão dos educandos. “Eles memorizam com mais clareza”. Em um cantinho em sua casa, com celular ou notebook, ela grava resumos, instruções sobre avaliações e objetivos para os alunos. “O resultado tem sido positivo, já tenho recebido até encomendas”, informa Luciana.
Portanto, se você é professor e quer se adaptar cada vez mais à realidade digital, acompanhe as matérias e conteúdos do Nube para mais dicas. Aos estudantes, compartilhe com seus docentes e juntos criem estratégias para beneficiar a aprendizagem.