Muito se fala atualmente sobre o home office. Afinal, essa foi uma das principais medidas tomadas no contexto de quarentena para evitar a disseminação do coronavírus na sociedade. Nesse cenário, muitos líderes se depararam com um grande desafio: orientar e acompanhar a distância o desempenho de seus times.
Proveito deve ser igual ao presencial
Mesmo sendo um estilo de entregas não tão tradicional, as condições, assim como direitos e deveres permanecem inalterados, segundo Bruno Gobbi, advogado trabalhista do escritório Marins Bertoldi. “Inclusive, são exigidas a mesma produtividade, metas e até mesmo o cumprimento da jornada diária ajustada”, comenta.
Vantagens da implantação
Além de ser uma medida de prevenção ao coronavírus, a modalidade traz diversos ganhos como a comodidade. Outro benefício, de acordo com o especialista, é o aumento no volume de funções: “existem pesquisas apontando um rendimento superior de 5% até 13% de colaboradores atuando em regime remoto”, conta.
Meios de ter o controle
Contudo, nesse contexto, é necessário questionar: como acompanhar a eficiência do liderado estando distante e quais os cuidados envolvidos nessa prática de cobrança? Para Gobbi, diversas são as formas de garantir a boa performance de um time nessa modalidade. “É comum o empregador optar por acompanhar o serviço do seu time por meio do tempo de esforço, porém, o mais indicado e significativo é a supervisão por meio de tarefas e prazos”, destaca.
Para tanto, é lícito ao contratante monitorar o empenho dos grupos exigindo reports diários, além de requerer as metas estipuladas pelas partes. “Existem diversas ferramentas on-line capazes de permitir esse follow up em tempo real do andamento e execução dos projetos”, orienta o advogado.
Diálogo claro faz a diferença
Outra prática para auxiliar nesse sentido é a definição clara e prévia dos objetivos. Esses, por sua vez, podem ser diários, semanais ou mensais. “Será possível identificar se o talento está se adequando ao home office”, constata. Contudo, o supervisor deve tomar algumas cautelas na cobrança, como, por exemplo, não expor quem não tem um desempenho suficiente aos demais colegas. “Exigências devem estar dentro dos limites da razoabilidade e proporcionalidade, além de preservar os deveres de respeito e urbanidade esperados na relação contratual, atrelados ao Código de Ética ou regulamentos internos. Caso contrário, tal exposição pode ser interpretada como perseguição, constrangimento e, por assim dizer, configurar assédio moral”, alerta.
Luciana Garcia é consultora de RH e, para atender seus clientes em Ribeirão Preto, teve de se adaptar também: “tive a vantagem de já oferecer suporte para entidades de outros estados, estão já estava acostumada com o modelo tecnológico de orientação”, conta. Entretanto, exercer sua ocupação sem sair de casa tem suas limitações. “O esforço para o diálogo ser mais objetivo e claro é maior, mas nada impossível de se superar”, garante.
É indispensável dispor de uma boa ferramenta de comunicação para interação virtual. “Por meio dessa plataforma, será possível até a realização de reuniões cibernéticas. Nesse ponto, importante sugerir os encontros digitais diariamente, tanto no início, quanto no fim da jornada, a fim de verificar as incumbências a serem realizadas no dia, bem como acompanhar a execução delas”, sugere.
Empatia é vital nesse cenário
É possível diversos colaboradores enfrentarem dificuldade em se adaptar ao trabalho remoto, seja por não possuir uma estrutura adequada ou até mesmo por ter de dividir o tempo com seus filhos ou demais familiares. “Assim, analisar o contexto com empatia certamente manterá a proximidade do gestor e seus liderados”, conclui.
Além disso, se atentar à equidade e diversidade também pode ser um diferencial para atingir a alta formance. Conte conosco!