Durante o isolamento social, alterações importantes na rotina foram sentidas e um dos grandes perigos é a sobrecarga no uso das redes sociais. De acordo com pesquisa realizada pela empresa Ioasys, especializada em transformação digital, durante a quarentena, as pessoas estão gastando, em média, quatro horas por dia conectadas.
Para o Dr. Paolo Rubez, cirurgião plástico, um dos desafios do uso excessivo acontece com as práticas de alteração das imagens. “A paixão pelos aplicativos de fotos, como o Instagram e Snapchat também trouxe uma nova realidade, pois os mecanismos de edição podem distorcer a visão real. Exatamente isso tem acelerado a busca de pacientes cada vez mais jovens por procedimentos estéticos”, aponta o médico.
Um artigo publicado no Journal of The American Society of Plastic Surgeons destaca a tendência de muitos pacientes millennials - nascidos entre 1982 e 2004 - procurarem procedimentos cirúrgicos com o intuito de parecer com sua versão “aprimorada”, após o uso de efeitos. Esse movimento recebeu a denominação de “Dismorfia Snapchat ou Dismorfia Instagram.”
A explicação para esse fenômeno parte da ideia das diferenças entre a percepção do retrato frente ao espelho e ao observado nas fotografias. Os filtros disponibilizados nesses canais corrigem marcas na pele e minimizam pequenas imperfeições, por exemplo. “Os ângulos de câmera afetam a maneira como nos observamos nas fotos. Se a lente da estiver muito próxima do nariz, ele ficará maior comparado à vida real. Ou caso esteja inclinada abaixo do rosto, mostrará partes não vistas ao olhar direto”, ilustra o médico.
Para ele, o alerta é ainda mais importante agora, com as pessoas passando mais tempo nas redes sociais por terem suas rotinas afetadas e muitas buscarem uma “fuga” no mundo virtual. Portanto, para não entrar em um fluxo de negatividade e insegurança, é preciso seguir algumas orientações.
Ansiedade
Segundo o médico, os usuários devem se atentar para não entrar em uma espiral de ansiedade. “É um momento de estar mais junto com a família e de realizar novas atividades. É importante as pessoas criarem rotinas e tarefas ao longo do dia, como horário para acordar, para dormir e trabalhar, mesmo em home office. Além disso, é fundamental a prática de alguma atividade física, mesmo em casa, pois isso gera a liberação de neurotransmissores responsáveis pelo bem-estar. Vale a pena usar técnicas de meditação também”, finaliza o médico.
Evite discussões
A psicóloga Regina Tavares, fundadora do Instituto Aum, sugere não se envolver diretamente ou energeticamente com as discussões tão polarizadas das redes ou das conversas atuais. “Toda essa vontade das pessoas em ter razão e de convencer o outro é um desejo do ego e nos afeta de modo negativo. Infelizmente, isso é um motor capaz de acelerar desentendimentos, gerando muitos conflitos emocionais”, explica.
Autocontrole
“A partir do autocontrole, poderemos observar e reagir às situações desagradáveis de maneira mais construtiva, mais positiva”, afirma Regina. Para a psicológica, tudo começa pelos cuidados com o nossa saúde mental e pela maneira como lidamos com o dia a dia. “Cada um de nós tem a opção de como reagir no seu cotidiano a uma notícia negativa ou a uma opinião diferente. Devemos evitar a todo custo o inconsciente coletivo atual”, destaca.
Portanto, se deseja novas dicas e orientações de como lidar com o atual cenário de transformações, acompanhe as matérias e conteúdos do Nube. Fique ligado ao tempo de uso no celular e faça bom uso das redes sociais.