Diante das mudanças no fluxo das empresas e instituições de ensino, surge o questionamento: elas já estão preparadas para um mundo digitalizado? Segundo estudo recente realizado pela Cognizant, muitas corporações globais têm sido lentas para adaptar seus programas e abordagens de ensino. Muitas delas ainda estão em estágio inicial de identificação das habilidades mais relevantes no futuro.
André Gatti, diretor de telecomunicações da Cognizant, afirma: “atualmente, grande parte do investimento das universidades é focada em infraestrutura. Embora isso seja, importante, essas companhias também precisam focar urgentemente no ensino de competências importantes para o amanhã, identificando gaps existentes e adequando seus programas.”
A pesquisa mostra ainda a percepção das faculdades. Mais de 70% delas concordam ser extremamente importante a preparação de colaboradores e estudantes para atuar com as tecnologias digitais emergentes. Isso demonstra a necessidade da capacitação para novas formas de emprego. O home office, por exemplo já é uma realidade.
Mariane Regina Kraviski, mestre em educação e professora da Uninter, reitera: “presenciar essas mudanças aumenta minha crença na importância de formar professores para o uso das tecnologias na educação. Os docentes precisam ter em seu aprendizado inicial o contato com o ensino a distância, por exemplo.”
Um ponto comum entre os entrevistados é a preocupação com as habilidades de seus líderes e educadores para formarem os profissionais do porvir. “Com o objetivo de endereçar esses pontos, as companhias precisam eleger a capacitação de seus colaboradores como prioridade estratégica, assegurando objetivos do negócio alinhados com a força de trabalho”, ressalta Gatti.
Quanto às escolas, o especialista menciona: o caminho é se tornar um facilitador da educação. “O foco não deverá mais ser em definir quais conhecimentos os alunos devem aprender, mas sim oferecer liberdade para decidirem, guiando-os nessa jornada”, aconselha o diretor.
No entanto, as dúvidas em relação a quais habilidades devem ser priorizadas podem surgir. Gatti orienta: “existe um senso comum da importância de áreas como robótica, inteligência artificial (IA), ética, e habilidades técnicas como desenvolvimento de apps e design de interfaces.”
Porém, o desafio maior ainda é estimular o conjunto de habilidades humanas, aquelas capazes de nos diferenciar das máquinas: comunicação, flexibilidade e capacidade de resolução de problemas. “Existe uma grande discrepância entre o pensamento das empresas, das quais 80% consideram essencial esse tipo de habilidade, e as instituições de ensino, com somente 46% enxergando como uma prioridade”, explica Gatti.
O diretor percebe ainda: “o futuro da educação passa não somente pelo conteúdo, mas como ele é entregue às pessoas. Uma consequência de todos os desafios descritos é a importância de tornar os indivíduos mais responsáveis por seu desenvolvimento. Para isso, é necessário criar uma cultura de aprendizado,os incentivando a aprender cada vez mais.”
Por fim, Mariane aconselha: “diante desses fatos, concluímos, são novos tempos e precisamos nos reinventar. Depois de tudo isso, será o momento para dar mais valor ao EAD e buscar por formações complementares para auxiliar com a tecnologia, com a inovação e estar preparado para essas transformações.”
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