O trabalho foi e sempre será palco de enorme significado para o trabalhador. Nele, muitas vezes, passamos a maior parte da vida e construímos a nossa identidade. Por isso, é importante ter condições e padrões saudáveis, livre de opressões e assédios, como a homofobia. Com a criminalização da atitude, é preciso pensar duas vezes antes de ter um ato racista. Saiba mais!
Algumas opressões já foram criminalizadas há tempos, como a violência contra as mulheres, por exemplo. Contudo, até então, a falta de legislação criminal específica, não impedia condutas discriminatórias e homofóbicas. “A orientação sexual é muito íntima. É como religião. Cada um segue a sua, mas não é fácil integrar grupos de minoria, porque eles sempre são alvos de ataque”, explica a Dra. Maria Inês Vasconcelos, advogada trabalhista, palestrante, pesquisadora e escritora em Minas Gerais.
Para ela, a cultura da exclusão, da alienação e os vestígios antissemitas expõe uma parcela da população. Todavia, aquela história de fazer piadinhas, diminuir, menosprezar, gelar, perseguir e humilhar o colaborador pelo fato de sua orientação sexual, agora pode custar caro. “Não há mais lugar para dinâmicas de trabalho com esse tipo de violência”, assegura.
Afinal, no dia 13 de junho de 2019, o STF - Supremo Tribunal Federal enquadrou a homofobia e a transfobia na lei dos crimes de racismo, até o Congresso Nacional aprovar uma legislação sobre o tema. Assim, para nortear as ações dentro de uma companhia, a Instituto Ethos criou o manual “O Compromisso das Empresas com os Direitos Humanos LGBT”. Nele, possuem orientações ao mundo corporativo em ações voltadas para lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais. Discutido com a participação de 36 grandes empresas e 74 profissionais, destacou compromissos básicos:
1. Comprometer-se – presidência e executivos – com respeito e a promoção dos direitos LGBT;
2. Viabilizar igualdade de oportunidades e tratamento;
3. Oportunizar um ambiente respeitoso, seguro e saudável;
4. Sensibilizar e educar para a atenção e cortesia;
5. Estipular e apoiar a criação de grupos de afinidade LGBT;
6. Proporcionar a deferência as garantias asseguradas aos LGBT na comunicação e marketing, no planejamento de produtos, serviços e atendimento aos clientes;
7. Possibilitar ações de desenvolvimento profissional.
“Os empreendimentos podem exercer um papel vital na promoção da diversidade. Consiste em um ambiente com a capacidade de engajar seus colaboradores e sua cadeia de valor, promovendo políticas mais inclusivas e incentivando mudanças de conduta em seus relacionamentos”, diz Ana Lucia Melo Custodio, diretora-adjunta do Instituto Ethos.
Segundo ela, ao transmitir esse conceito no dia a dia do trabalho, há a possibilidade de reverberar os aprendizados para a sociedade como um todo. “Trata-se de um ciclo virtuoso, no qual as organizações são chave”, finaliza.
Agora é com você. Respeite a escolha dos outros e construa um mundo mais igualitário e feliz!