O vestibular foi instituído no Brasil em 1911 por uma demanda de alunos mais qualificados nas universidades. De lá para cá, muita coisa mudou. O número de instituições de ensino se multiplicou, o mercado cresceu e os cursos preparatórios surgiram e se desenvolveram. Ao longo desse tempo, as provas foram moldando sua estrutura e se tornando cada vez mais complexas. Com os alunos não foi diferente e eles foram evoluindo tanto pelos desafios de entrar na universidade, quanto pelo desenvolvimento da cultura e tecnologia na esfera global.
Conversamos com quatro professores de curso pré-vestibular, com mais de trinta anos de carreira, sobre as principais características dessa nova geração.
Idade e maturidade
Para o professor de história e filosofia do curso Positivo desde 1983, Daniel Medeiros, os estudantes de hoje são bem mais jovens e maduros. Por conta do mercado de trabalho ser muito competitivo, eles estão se preocupando com o futuro mais cedo e apresentam uma responsabilidade maior por conta do convívio social dos dias atuais. “Eles são mais atentos às coisas, ajudam a tornar práticos os discursos de coletividade e de democracia e isso é um avanço muito bom”, afirma.
Tecnologia
Uma realidade agora é a presença de recursos e ferramentas tecnológicas, como os celulares e computadores. Segundo o professor de Biologia Wellington Carlos de Almeida, à frente de salas de pré-vestibular desde 1978, as novas ferramentas ajudam muito com as plataformas multimidiáticas indisponíveis antigamente. No entanto, é preciso cautela. “Quando eu comecei a dar aula, tinha de fazer todos os desenhos dos bichinhos no quadro. Agora, eu logo encontro imagens e projetos. Em dois minutos, todos veem tudo. Por outro lado, incentivo a usarem o menos possível as redes sociais, pois tira o foco deles”, conta Almeida.
Provas
Adilson Longen, professor de Matemática desde 1987, explica como as avaliações passaram a cobrar mais conhecimento, no lugar do simples “decoreba”. “Com as habilidades e competências cobradas, não é possível resolver uma questão com memorização, é necessário um saber muito amplo e forte a respeito do conteúdo”, afirma.
Predominância feminina
Os educandos também comentaram o gênero predominante em sala de aula. Se antes havia mais homens, atualmente, as mulheres são maioria evidente. O professor de Língua Portuguesa desde 1976, Braz Olegari, expõe como há 30 anos, muitos vinham de outras cidades para estudar em Curitiba. Segundo ele, os rapazes eram maior índice porque havia restrições ao fato de moças saírem de casa, além de diversos cursos superiores ainda não serem de grande interesse do sexo feminino. “Isso se alterou e continua em transformação”, revela.
Escolha da profissão
Quanto à decisão do curso superior, o número de opções aumentou consideravelmente. Engenharia de Produção, por exemplo, nem existia há 20 anos. Mesmo assim, para Medeiros, a grande maioria ainda vai por caminhos mais comuns, como: medicina, direito e engenharia. "As salas se tornaram mais plurais, mas a tradição ainda tem um peso forte na escolha do futuro dos jovens do século XXI”, diz ele.
É importante ressaltar o fato de, mesmo após passar por toda essa fase pré-vestibular, ser cada vez mais possível uma transição de carreira. Para o master coach em Campinas, Edson de Paula, pode ser difícil, ainda mais para quem já exerce há algum tempo uma mesma atividade profissional. “Contudo, sair da zona de conforto, para a de esforço é essencial e um coach poderá auxiliar nessa empreitada”, assegura.
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