No último dia 23, estreou nos Estados Unidos a série Devious Maids (“Empregadas Desonestas”, em tradução livre). Baseada em uma telenovela mexicana, a produção é assinada pela atriz Eva Longoria, a Gaby de Desperate Housewives. Nela, é retratado o dia-a-dia de cinco domésticas latinas em mansões de Beverly Hills, cidade na costa oeste da Califórnia.
A polêmica em relação ao programa começou antes mesmo da estreia. Para a jornalista Tanisha Ramirez, do Huffington Post, o trailer de um minuto “consegue retratar de maneira eficaz essas mulheres como hiperssexuais, intrometidas, dadas a intrigas e, às vezes, serviçais domésticas totalmente invisíveis”. Eva Longoria, mestra em cultura latina pela Universidade da Califórnia, rebateu as críticas na Internet. Segundo ela, “a melhor forma de combater um estereótipo é não ignorá-lo”.
Assim como o vídeo promocional, as primeiras cenas oficiais também renderam discussões. Uma das protagonistas é ameaçada de deporte pela patroa, sob a acusação de dormir com seu marido. Outra dona de casa se surpreendeu porque a nova funcionária, de origem hispânica, não tinha sotaque.
A produtora audiovisual Gabriela Watson é paulistana e filha de peruanos. Seu mais recente trabalho, o documentário Nosotros, Afroperuanos (“Nós, afro-peruanos”) já foi exibido no Peru, no Chile, em São Paulo, Nova York e Washington. A próxima sessão deve ocorrer no Festival Internacional de Direitos Humanos de La Paz, na Bolívia.
A obra mostra alguns aspectos da realidade da população afrodescendente no Peru e traz à luz o trabalho de instituições atuantes em favor da democratização dos direitos de cidadania nessa comunidade. Para Gabriela, recém-chegada dos Estados Unidos, a reivindicação por uma representação diferente do lugar-comum é uma batalha de décadas. “Ainda existe a discriminação com os atores. Geralmente, eles têm como opção apenas papeis de menor destaque, como empregadas, seguranças, babás. Isso reforça os clichês hiperssexualizados, escandalosos, ignorantes, limitados intelectualmente e submissos”, afirma.
A perpetuação disso, complementa ela, está fortemente relacionada à luta pelo poder econômico. “Já existe uma classe de latino-americanos em condições de produzir seus próprios programas e ter seus canais. Existem atrizes e atores hispânicos em grandes produções hollywoodianas. Mas isso ainda é insatisfatório.”
Conforme explica Marcelo Cunha, analista de treinamento do Nube, a mídia não cria os preconceitos, mas firma-os na sociedade. “Atitudes preconceituosas são mantidas pelo bloqueio da experiência, ou seja: o indivíduo se recusa a conhecer mais sobre um determinado assunto, indivíduo ou conceito e se limita a uma avaliação com poucas informações, em geral pejorativas”, diz.
Ele aproveita para reforçar o quanto esse tipo de comportamento pode ser prejudicial em processos seletivos. “O candidato se priva de novas experiências, de se desenvolver, resiste em participar de oportunidades, atividades, perde clientela, amigos, possíveis contatos, deixa de interagir com as pessoas por discriminá-las ou por se autodepreciar, se julgando incapaz de atender uma exigência de consumo ou segregadora”, conclui o analista.
Dica do Nube: Cuidado ao reproduzir, mesmo inconscientemente, padrões de julgamento durante dinâmicas e entrevistas. Isso pode eliminá-lo e prejudicar sua imagem no mercado.
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