Todo mundo já ouviu a seguinte pergunta: O que você quer ser quando crescer? Ainda criança, é fácil se imaginar fazendo algo apenas por ter afinidade com o assunto. Mas, na fase do vestibular, quando realmente é preciso optar por uma profissão, não é tão simples assim.
É preciso levar em consideração itens como empregabilidade e concorrência. Logo, vai por água abaixo a idéia de trabalhar somente com aquilo que gosta. Afinal, se um curso tem pouca perspectiva de emprego, ninguém correrá o risco de perder anos estudando para não conseguir aplicar o aprendizado na carreira desejada. Porém, é preciso tomar cuidado para não fazer a escolha errada.
O Professor Doutor Oscar Hipólito, pesquisador do Instituto Lobo para o Desenvolvimento da Educação, da Ciência e da Tecnologia e ex-Diretor do Instituto de Física de São Carlos da USP, realizou uma pesquisa sobre a evasão no ensino superior do Brasil. Para ele, muitos jovens, apesar de mostrarem grande afinidade com determinada área, acabam optando por profissões mais tradicionais com medo de não serem bem sucedidos no futuro.
A pressão pelo grupo de amigos ou dos pais, quando o curso escolhido não tem o prestígio esperado, também é um agravante. Hipólito acrescenta ainda que a falta de conhecimento da profissão e do mercado afeta, em muito, a escolha equivocada do curso, explica.
Optar por carreiras mais generalistas como medicina ou comunicação social na esperança de acertar nem sempre funciona. A chance de acerto só aumenta se o estudante estiver vocacionado e tiver informações sobre o curso e as possíveis atividades profissionais. Em geral, quem escolhe medicina já tem essa decisão feita há muitos anos. Ele já vem com essa idéia e se dedica às atividades das disciplinas biológicas com mais interesse. E alerta: A decisão de última hora, quase na inscrição do processo seletivo, tem tudo para dar errado. Por isso, profissões tradicionais são escolhidas com antecedência.
Para Hipólito, atividades como estágio, bolsa de iniciação científica e forte informação profissional contribuem para manter o aluno no ensino superior. Segundo Liane Holzhacker, analista de treinamento do Núcleo Brasileiro de Estágios (Nube), atualmente, muitos universitários escolhem a carreira baseando-se em conquistar sucesso em curto prazo. Eles acabam esquecendo de colocar na balança o quanto irão se realizar profissionalmente.
Portanto, a sugestão é dedicar tempo para buscar informações sobre as áreas de interesse antes de fazer esta opção tão determinante para o futuro. Dicas do NubeNews: verifique quais disciplinas o curso oferece e converse com profissionais que já atuam na área, para compreender melhor a rotina de trabalho. Boa sorte!
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